D. Basílio do Nascimento, Bispo de Baucau, manifestou hoje o desejo de que a situação em Timor-Leste seja normalizada, quanto antes, com o apoio das forças estrangeiras no local, desvalorizando o “caso” das últimas horas envolvendo a GNR e os militares australianos, em Díli. “Penso que deveria haver, pelo menos, uma base de funcionamento, em que toda a gente soubesse quem faz o quê”, referiu o Bispo aos jornalistas à saída de um encontro com o Ministro português dos Negócios Estrangeiros, admitindo que os desentendimentos entre portugueses e australianos se devam ao facto desta ser “uma operação de emergência”. O Bispo de Baucau explicou ainda porque não concorda com a antecipação das eleições em Timor. “É preferível deixar as coisas seguir os seus tramites, o seu ritmo. Somos nós os homens, o povo, que cria problemas e o povo é capaz de os resolver” sublinhou. D. Basílio confessou estar agora um pouco menos preocupado com a situação em Timor e prova disso é o adiamento do regresso ao seu país. Ontem, D. Basílio do Nascimento mostrara-se surpreendido com as críticas do primeiro-ministro timorense à Igreja Católica, afirmando, contudo, estar disponível para colaborar com o Governo. “Não sei quais são as razões que levam o primeiro-ministro Mari Alkatiri a dizer que altas figuras da Igreja se intrometem na política”, afirmou D. Basílio, em Paredes (Porto), à margem da cerimónia de apresentação de uma campanha de solidariedade a favor de Timor-Leste.
