Bispo da Guarda diz que laicidade não é expulsar Deus da vida social

D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, defendeu que, apesar de vivermos hoje num modelo de organização social onde a laicidade é “regra comummente aceite”, esta laicidade não pode “significar a expulsão de Deus nem da vida pessoal nem da vida social”. “Deve representar apenas um distanciamento dos poderes públicos relativamente às formas de organizar a vivência da Fé. De facto, esta é responsabilidade dos cidadãos e de organizações específicas. Mas aos poderes públicos compete criar todas as condições necessárias ao exercício do direito e dever que os cidadãos têm de promover, viver e celebrar a Fé”, apontou. “É assim que deve ser entendido o correcto exercício da Liberdade religiosa, tanto por parte dos cidadãos como dos poderes públicos. A autêntica liberdade religiosa nunca pode ser entendida como silêncio sobre o facto religioso, muito menos como indiferença, oposição ou simples tentativa de a fazer recuar para a esfera privada do indivíduo”, disse ainda. Para D. Manuel Felício, “também o diálogo e a cooperação entre as várias religiões devem ser promovidas, sem prejuízo de criar as condições necessárias para que cada uma delas viva a sua identidade e realize a missão específica que lhe compete”. “De facto, o vazio de simbologia religiosa no espaço público e todas as tentativas de expulsar Deus da vida social em nada ajudam a autêntica humanização da sociedade”, atira. Na terceira catequese do tempo da Quaresma, o Bispo da Guarda disse também que a “componente humana e social do Domingo” é importante para a vida das pessoas em geral, que assim têm “possibilidade de dar à Família o tempo e as atenções que lhe não podem dar durante os dias de semana”. Segundo este responsável, “o Domingo é, assim, uma instituição de raízes cristãs que passou a marcar o ritmo semanal da vida da sociedade e como tal há-de ser defendido pelas próprias leis civis como um valor de maior importância para a qualidade de vida das pessoas”. Notícias relacionadas • Catequese de D. Manuel Felício no III Domingo da Quaresma

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