O Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício, defendeuem Cidadelhe, concelho de Pinhel, a criação de uma Rota do Património da Arte Cristã, com o objectivo de rentabilizar as potencialidades patrimoniais daquela freguesia considerada “o calcanhar do mundo”. D. Manuel da Rocha Felício que falava na homilia comemorativa dos 300 anos do pálio de Cidadelhe, disse que, no tocante ao património religioso, para além da valiosa peça datada de 1707, a localidade possui um Calvário, uma igreja matriz muito rica e a capela de S. Sebastião que ostenta um fresco de Cristo Crucificado “Temos dados e muitos elementos que nos permitem construir a Rota do Património da Arte Cristã, que pode trazer muita gente à nossa terra”, defende. Para o Bispo da Guarda “a identidade e a tradição de um povo são o fundamento da sua alma”, daí que defenda a preservação e a divulgação das riquezas locais, com o objectivo de dar “novo futuro” à terra. “Encontramos aqui muitos elementos que irão dar futuro a uma terra que não pode resignar-se ao esvaziamento, mas há-de encontrar novos motivos para acreditar no seu futuro”, disse. D. Manuel da Rocha Felício também se mostrou surpreendido com a existência de um Centro Difusor e Pólo de Informação Turística de Cidadelhe que, no futuro, apoiará os visitantes que, a partir dali, tencionem visitar as gravuras do Vale do Côa. “Esta nossa terra tem valores patrimoniais assinaláveis. Ela está na Rota das Gravuras, que vai desde Vila Velha de Ródão ao Douro”, disse. A rentabilização das potencialidades locais foi também referida por Rui Ventura, vereador da Câmara Municipal de Pinhel, quando discursava na cerimónia alusiva aos três séculos de existência do pálio. “Às gravuras e pinturas rupestres da Faia, assim é conhecido o sítio onde se localizam as gravuras de Cidadelhe, ao povoado da Idade do Ferro localizado no sítio do Castelo, associamos agora o pálio. O famoso pálio de Cidadelhe que as gentes de ontem e de hoje guardam religiosamente, como se de um verdadeiro tesouro se tratasse”, afirmou. “Acreditando nos factores que caracterizam Cidadelhe, os patrimónios arqueológico, arquitectónico e natural, e, ainda, na ruralidade da paisagem temos vindo a fazer grandes investimentos nesta terra, de forma a transformar as suas potencialidades em mais-valias para a comunidade”, recordou o vereador. Rui Ventura acrescentou que “depois das infra-estruturas básicas, água, saneamento e arranjo das ruas, encetámos esforços para transformar esta antiga escola primária no Centro Difusor e Pólo de Informação Turística de Cidadelhe. À semelhança do que aconteceu no passado com a escola primária, queremos que este Centro Difusor seja um local de aprendizagem e educação”. “Uma educação pelo património, uma educação que nos permita compreender melhor estas realidades e, sobretudo, que nos permita uma maior e melhor divulgação da freguesia de Cidadelhe e do concelho de Pinhel. Para que mais pessoas nos visitem”, assinalou.