O Bispo Auxiliar de Hong Kong, D. John Tong Hon, explicou as razões que o levaram a aceitar “com sentimentos ambivalentes” o convite feito pelo Governo chinês para assistir à cerimónia de inauguração dos Jogos Olímpicos de Pequim, dada a perseguição religiosa contra os católicos por parte das autoridades. Num artigo publicado pelo jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, o Bispo chinês conta que logo que recebeu o convite do Governo “entendi que devia consultar com meus superiores. A Santa Sé não mostrou objecções e o Cardeal Joseph Zen (Bispo de Hong Kong) alentou-me a ir. Portanto decidi aceitar”. D. Tong lembra que o próprio Papa expressou o seu desejo de que os Jogos Olímpicos na China “tenham um grande sucesso”. Apesar de tudo, embora tinham sido convidados a Pequim os responsáveis pelas seis maiores religiões em Hong Kong, só no caso da Igreja Católica o convite não se fez à autoridade mais alta. “Senti vergonha porque o nosso governo ignorou o Cardeal Zen e me convidou em seu lugar”, acrescenta o Bispo Auxiliar. O prelado expressa sua esperança de que algum dia as autoridades “compreendam também a importância de uma maior liberdade religiosa e social”. “Apesar de toda a publicidade, também excessiva, rezamos para que o Espírito Santo conduza a um feliz sucesso para todos aqueles que participam deste evento”, conclui, a respeito dos Jogos Olímpicos.