Bispo brasileiro ameaçado de morte

D. Erwin Krautler, Bispo da diocese brasileira do Xingu (Amazónia), foi ameaçado de morte por exigir o fim da impunidade para autores de chacinas. D. Krautler vive no local há mais de 40 anos e tem lutado contra a devastação da floresta, a expulsão de pequenos agricultores de suas terras e contra a construção da central hidroeléctrica de Belo Monte, no rio Xingu. As Ameaças explícitas vêm de políticos e grupos económicos com interesses na Amazónia. Os Bispos brasileiros estão “preocupados com a ameaça de morte” e fizeram-no sentir numa carta enviada por um dos responsáveis das Pastorais Sociais ao Presidente do país, Lula da Silva, e a outras entidades judiciais e policiais. O Bispo Erwin Krautler está com segurança policial desde o passado mês de Dezembro. , devido às ameaças de morte que recebeu, informaram hoje fontes oficiais. Nesse mesmo mês, o prelado austríaco recebeu o prémio “José Carlos Castro de Direitos Humanos”, conferido anualmente pela Ordem dos Advogados do Brasil – Secção do Pará. “Já recebi tantas ameaças que perdi a conta, além de ter sofrido um atentado em 1987. Essas coisas já não me intimidam”, disse D. Krautler. Segundo a Conferência Nacional de Bispos do Brasil, “as questões pendentes que possibilitam este caos no Pará, são as que Dom Erwin Krautler e outras pessoas pretendem responder apaixonadamente com a palavra e com a vida: direitos humanos, meio ambiente, terra, pobres e vida humana digna”. Xingu é uma das arquidioceses da Igreja Católica mais extensas do mundo, com cerca de 354.000 quilómetros quadrados na Amazónia, e está numa região em que são constantes os ataques de pistoleiros e fazendeiros a colonos e trabalhadores rurais. Nessa arquidiocese, foi assassinada por fazendeiros em fevereiro de 2005 a freira americana Dorothy Stang, ameaçada devido a sua posição em favor dos trabalhadores rurais sem-terra e da preservação da Amazônia. Krautler, amigo de Stang, também destacou-se por suas atividades em defesa dos direitos dos trabalhadores rurais e dos índios, e é um dos principais líderes do Conselho Missionário Indigenista (Cimi). Os bispos acusam “grandes projectos económicos” de ignorarem “a existência das populações nativas, dos pobres e dos excluídos” e pedem, por isso, que sejam tomadas “providências no sentido de que as causas sejam enfrentadas na busca de soluções efectivas”, uma vez que, “enquanto isso não ocorrer, [continuarão] a conviver com ameaças, tentativas de intimidação, violência e assassinatos de trabalhadores rurais, lideranças e religiosos(as)”. Com Fátima Missionária

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Agência ECCLESIA

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