A prisão do sérvio Radovan Karadzic, acusado de crimes de guerra, foi ocasião para que o Bispo de Banja Luka, D. Franjo Komarica, deixasse um apelo a “rezar por todos aqueles que sujaram as mãos com as cruéis atrocidades cometidas na última guerra na Bósnia”. D. Komarica disse à organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre que “são pobres todos os que se carregaram de culpa”, e que há também o “tribunal de Deus”. O prelado sublinha que a Igreja deve rezar por estas pessoas, porque “necessitam de uma conversão pessoal”. Não obstante, também assinalou a importância de que os principais responsáveis prestem contas de suas atrocidades. Segundo o Bispo, a comunidade internacional não está a fazer nada neste sentido e os políticos da Bósnia-Herzegovina também carecem de vontade para fazer algo. “A passividade e a calmaria cimentam os actos”, afirmou D. Komarica, que lembra: “o próprio Evangelho ensina a chamar os actos e seus autores pelo nome”. O prelado lamenta que se tenha permitido tal tragédia, e que, ao não impedi-la, que a desgraça se alargasse, assinalando que sem verdade e sem justiça não há futuro para a Bósnia. Nesse contexto, acrescenta que a tarefa da Igreja é servir à verdade. A verdade e a justiça devolverão a muitas pessoas a possibilidade de regressar ao seu país, assegura. O antigo líder político dos sérvios da Bósnia, acusado de genocídio, pediu esta Quinta-feira para utilizar o prazo legal de 30 dias antes de se declarar culpado ou inocente perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Jugoslávia. Radovan Karadzic, que compareceu pela primeira vez diante do tribunal e sem advogado, confirmou que assegurará sozinho a sua defesa. Durante mais de 10 anos, um dos dois fugitivos mais procurados da Europa, Karadzic, de 63 anos, foi interrogado pelo juiz holandês Alphons Orie sobre a ausência de um advogado, tendo respondido: “Tenho um conselheiro invisível. Decidi assegurar a minha própria defesa”. Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre