Bispo acusa o governo sudanês de mentir ao mundo

A Igreja Católica não desiste de chamar a atenção da opinião pública sobre o drama humanitário que se vive no Darfur, região ocidental do Sudão, acusando o governo sudanês de mentir ao mundo. O Bispo Antonio Menegazzo, administrador apostólicos de El Obeid, referiu à agência missionária Misna que “a comunidade internacional deve aumentar em muito a pressão que está a fazer em relação aos confrontos no Sudão”. “O governo continua a prometer, mas não mantém a sua palavra”, acusa. Segundo este responsável, a situação deteriora-se de forma progressiva, dado que as milícias Janjaweed não param de atacar as aldeias, incendiando casas e saqueando as populações negras. “O governo insiste com os refugiados, para que regressem às suas casas, mas não se preocupa em ver se há condições para isso”, atira. A Sul, em Nyala, e a Norte, em el-Fasher, a região do Darfur abriga em situações dramáticas cerca de dois milhões de deslocados. A ONU, os EUA e o próprio Papa já enviaram representantes ao terreno, mas segundo o Bispo Menegazzo, “as autoridades locais não apreciam as visitas das diversas delegações internacionais e não se mostram cooperantes para mostrar as verdadeiras condições em que se vive nos campos de refugiados”. O prelado, um missionário Comboniano, assegura que as Igrejas cristãs estão a trabalhar em conjunto, “para assegurar que a ajuda humanitária chegue às pessoas, até porque temos problemas burocráticos do que as organizações internacionais”. A vista do arcebispo Cordes, enviado especial de João Paulo II, ajudou a dinamizar este trabalho. Após ver a situação no Sudão, o arcebispo qualificou como “impossível de descrever” as condições de vida de milhares e milhares de pessoas. Desde Fevereiro de 2003, a guerra provocou mais de um milhão de refugiados e quase 30 mil mortos. Segundo a ONU, mais de uma centena de pessoas morre por dia no Darfur, por causa da fome e da guerra, na pior crise humanitária do mundo de hoje.

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