Porto, 02 mar 2017 (Ecclesia) – O professor Walter Osswald recordou “o grande amigo Daniel Serrão”, numa homenagem que o Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa lhe fez, esta segunda-feira, no Porto.
Nascidos no mesmo ano (1928), Walter Osswald e o homenageado foram amigos “durante 71 anos” e partilharam muitas experiências “de identidade em muitos pontos de vista, mas também de sã divergência em pormenores”, disse à Agência ECCLESIA.
O médico Walter Osswald considera que, ao longo da sua vida, “aprendeu muito” com Daniel Serrão.
Com “grande espírito de abertura”, Daniel Serrão afirmava claramente e “sem ambiguidades” os princípios que o animavam: o humanismo cristão”, frisou o médico.
“Ele continua connosco” porque “deixou muitos escritos que podem ser sempre descobertos, alguns são autênticos tesouros”, afirmou Walter Osswald.
Recentemente, o médico descobriu textos do homenageado sobre a eutanásia na Holanda que considera “absolutamente prescientes daquilo que está a acontecer em Portugal”.
“Da inanidade da argumentação a favor da eutanásia e da necessidade do respeito total pela vida”, acrescentou Walter Osswald.
Tanto Daniel Serrão como Walter Osswald foram considerados ‘pais da bioética’ em Portugal.
“Alguém tinha de o fazer, por acaso fomos nós, por isso nos atribuem esse diagnóstico de pais fundadores da bioética, que nenhum de nós assumiu”, frisou.
Para Ana Sofia Carvalho, diretora do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, Daniel Serrão é “um incontornável pioneiro nesta área”, juntamente com outras personalidades.
“Sempre pensou a bioética com a pessoa no seu centro” e “essa é uma grande herança” que Daniel Serrão deixou aos seus seguidores, disse a diretora.
LFS