Bin Laden: Novo presidente da Conferência Episcopal diz que a violência«gera sempre violência»

D. José Policarpo contesta forma como foi feita o anúncio da morte do líder da Al-Qaeda

Fátima, Santarém, 03 mai 2011 (Ecclesia) – O novo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) comentou hoje em Fátima o anúncio da morte de Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda, afirmando que “a violência gera sempre violência”.

“Tenhamos todos consciência de uma coisa e penso que os grandes poderes mundiais têm de a ter: a violência nunca é solução para nada”, afirmou D. José Policarpo aos jornalistas, após ser conhecida a sua eleição para a presidência da CEP.

“Se a notícia tivesse sido dada ‘tentámos prender o senhor, houve resposta de tiroteio e num tiroteio o senhor morreu’… agora dizer ‘matámo-lo, finalmente conseguimos matá-lo’, é contra toda uma antropologia, é a dignidade da pessoa humana que está em questão”, prosseguiu.

Para o cardeal-patriarca de Lisboa, “a maneira como isto acabou é triste”.

Questionado se a morte de Bin Laden vai “acicatar ódios”, o cardeal José Policarpo reafirmou que “a violência gera sempre violência”.

“Ao longo da história esta é uma das componentes que nós devíamos todos, os responsáveis das nações, meditar muito: a violência nunca é solução para nada, a não ser que ela seja inevitável na autodefesa, agora a violência como método, não é solução para nada”, declarou.

Esta segunda-feira, o porta-voz do Vaticano tinha comentado a morte de Osama Bin Laden, afirmando que este causou “a morte de inumeráveis pessoas”.

Numa declaração aos jornalistas, o padre Federico Lombardi disse que Bin Laden teve a “gradíssima responsabilidade de difundir divisão e ódio entre os povos” e procurou “instrumentalizar a religião para este fim”.

O presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, anunciou no domingo à noite que o chefe da Al-Qaeda tinha sido morto no Paquistão por serviços especiais norte-americanos.

“Esta noite, estou em condições de anunciar aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos realizaram uma operação que matou Bin Laden”, afirmou Obama, classificando o líder da Al-Qaeda, como “um terrorista responsável pelo assassínio de milhares de inocentes”.

RM/OC

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