Joaquim Carreira das Neves apresenta onze figuras da Sagrada Escritura
O exegeta português Joaquim Carreira das Neves acaba de apresentar o livro “As Grandes Figuras da Bíblia”, com o qual tenta chegar a todos os leitores, apresentando “o texto no seu contexto”.
Em declarações à ECCLESIA o especialista manifesta o seu desejo de ajudar a “fazer com que se leia a Bíblia e ela não dê guerras, não dê fanatismos”.
O padre Carreira das Neves alerta para o regresso a um “certo fundamentalismo”, lembrando que ainda hoje existem “guerras religiosas” que derivam da maneira de “ler a Bíblia”.
Com a chancela da Editorial Presença, a obra mostra onze “figuras”, dez a partir do Antigo Testamento – Deus, Adão e Eva, Caim e Abel, Noé, Abraão, Moisés, David, Salomão, Elias e Eliseu, Isaías – e a de Jesus.
Este é um livro que, segundo o seu autor, “tem a finalidade de fazer perceber que a Bíblia não caiu do céu à terra aos trambolhões”.
“Toda a Bíblia é uma construção de séculos, em primeiro lugar através da tradição oral”, depois escrita em “palavras humanas”.
O professor jubilado da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) sublinha que hoje a Bíblia é “a literatura que mais se vende, que mais se estuda, que mais se lê”.
Colocando de lado “argúcias exegéticas dos grandes comentadores da Bíblia” – que enchem bibliotecas e revistas da especialidade – o sacerdote Franciscano revela a Bíblia à luz das suas personagens principais – “personagens históricas, umas, e metafóricas, simbólicas, míticas, outras”.
Para Tolentino Mendonça, exegeta e tradutor da Bíblia, é importante destacar o “impressionante trabalho” feito por Carreira das Neves “na reflexão e divulgação do texto bíblico.
O director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura considera que esta última obra, de “grande maturidade”, é “um testemunho e, ao mesmo tempo, uma ferramenta para cativar públicos”, seja dentro das comunidades crentes, seja leitores que se interessam pelo texto “de vários pontos de vista”.
“Há interrogações, há espaço aberto, há pontos onde ainda não se chegou”, admite o professor de teologia na UCP, salientando a referência a outras tradições religiosas.