Sílvio Berlusconi, primeiro-ministro italiano, prometeu a João Paulo II que irá pedir aos seus parceiros europeus a inclusão de uma referência aos valores cristãos no texto do futuro Tratado Constitucional europeus. A promessa, porém, não incluía nenhum compromisso, tendo Berlusconi advertido que “esta é uma causa perdida, por falta de maioria”. As agências internacionais apenas reconhecem o esforço de quatro países – Itália, Espanha, Irlanda e Polónia – para que se inscreva uma referência cristã nesta Constituição, cujo texto irá ser revisto pela Conferência Inter-Governamental (CIG) que se inicia no próximo dia 4 de Outubro em Roma. A “Constituição de Giscard d’Estaing” parece não satisfazer ninguém e poderá estar em risco de sofrer uma profunda remodelação por causa da pressão dos pequenos países, sobretudo em matérias relacionadas com o exercício do poder na UE. Vários líderes políticos da União e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, manifestaram-se durante o mês de Setembro contra qualquer referência à herança cristã no texto fundamental. É sabido, contudo, que nem o Papa nem o mundo cristão se irão resignar perante o esquecimento do seu papel na construção e unificação do Velho Continente.