Bento XVI valoriza experiência do voluntariado

Bento encontrou-se hoje com 1800 voluntários austríacos, de todas as idades, que considerou “pessoas que oferecem, na Igreja e na sociedade, uma experiência concreta daquele amor pelo qual nós cristãos fomos conquistados”. O último encontro da viagem do Papa à Áustria teve um cunho simbólico, com Bento XVI a considera que “quem pratica o voluntariado é um verdadeiro advogado da dignidade humana”. A reunião teve lugar na grande “Sala de concertos” de Viena. A todos os presentes, o Papa recordou que “é o amor de Deus que nos faz reconhecer no outro o próximo, o irmão e a irmã”. Neste contexto, Bento XVI congratulou-se com a “cultura do voluntariado” existente na Áustria, fazendo questão de “agradecer” todos e cada um por esta actividade que contribui “para a edificação de uma civilização do amor, que se coloca ao serviço de todos”. “O amor do próximo não se pode delegar. Não o podem substituir o Estado e a política, não obstante as prestações sociais e as justas medidas para aliviar os que se encontram em situação de necessidade. O amor do próximo requer sempre o empenho pessoal e voluntário, para o qual, sem dúvida o Estado deve criar condições gerais favoráveis”, defendeu. O Papa quis deixar claro que os voluntários não servem para “tapar buracos” na rede social, mas são “pessoas que contribuem para o rosto humano e cristão da nossa sociedade”. “Uma cultura que tudo quer contabilizar e pagar, que coloca a relação entre os homens numa espécie de esquema restritivo de direitos e deveres, experimenta – graças às inúmeras pessoas empenhadas a título gratuito – que a própria vida é um dom”, disse Bento XVI, considerando que “esta lógica da gratuidade situa-se para além do mero dever e poder moral”. A concluir, Bento XVI acrescentou mais uma observação – a propósito do olhar de Jesus -, citando a parábola do Bom Ssamaritano e daqueles que fingem não ver o homem abandonado na berma da estrada. “Há quem faz de conta que não vê. A necessidade encontra-se diante dos olhos e, não obstante, permanece indiferente. No olhar do outro, precisamente do que tem necessidade da nossa ajuda, fazemos a experiência concreta do amor cristão: Jesus Cristo não nos ensina uma mística dos olhos fechados, mas sim uma mística do olhar aberto, com o dever absoluto de perceber a situação dos outros, a situação em que se encontra o homem que, segundo o Evangelho, é nosso próximo”, explicou. “O olhar de Jesus, a escola dos olhos de Jesus, introduz-nos numa proximidade humana, na solidariedade, na partilha do tempo, na partilha das capacidades e também dos bens materiais”, destacou o Papa. (Com Rádio Vaticano)

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top