O Cardeal José Saraiva Martins informou que o Papa Bento XVI decidiu retomar a tradição de presidir só a cerimónias de canonização, cedendo a próxima beatificação ao Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos. Esta decisão entrará em vigor no próximo 14 de Maio, quando o Cardeal Saraiva presidir no Vaticano à beatificação de duas religiosas. As futuras beatas são Mary Ann Barbara Cope, das Irmãs da Terceira Ordem Franciscana de Siracusa (Estados Unidos), conhecida como a Mãe Marianne do Molokai, e Ascensión do Coração de Jesus, co-fundadora das Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário, de Pamplona (Espanha). Só as canonizações exigem a infalibilidade do Papa e o culto universal do novo santo, por isso, para simplificar e marcar a diferença, Bento XVI deixa de participar nas beatificações. De facto segundo a tradição, não era o Papa quem celebrava as beatificações, nem mesmo quando se realizavam em Roma, na Basílica de S. Pedro. O rito era celebrado por um Bispo e por um Cardeal, delegado do Santo Padre. Foi Paulo VI, precisamente em 1971, que presidiu na Basílica de S. Pedro à cerimónia de beatificação de Maximiliano Maria Kolbe – era a primeira vez que isso acontecia. Depois, por ocasião do Ano Santo de 1975 que viu incrementar as cerimonias de beatificação, Paulo VI tornou estável esta decisão e passou a presidir pessoalmente às beatificações até ao fim da sua vida. A praxe introduzida por Paulo VI foi seguida constantemente por João Paulo II, que até mesmo durante as numerosas e frequentes viagens apostólicas e pastorais nos vários continentes e países começou a efectuar naquelas Igrejas o rito da beatificação, para além das solenes concelebrações eucarísticas.
