Papa envia saudação ao Patriarca de Moscovo, em visita à Polónia
Castel Gandolfo, Itália, 19 ago 2012 (Ecclesia) – Bento XVI enviou hoje uma saudação ao patriarca ortodoxo de Moscovo (Rússia), Cirilo I, afirmando que a viagem que este responsável está a fazer à Polónia é um sinal de “esperança para o futuro”.
“O programa desta visita compreendeu também encontros com os bispos católicos e a declaração comum do desejo de fazer crescer a união fraterna e de colaborar na difusão dos valores evangélicos no mundo contemporâneo”, disse, perante os peregrinos reunidos para a oração do Angelus, no pátio da residência pontifícia de verão em Castel Gandolfo, arredores de Roma.
O presidente da Conferência Episcopal Polaca, D. Jozef Michalik, e o patriarca ortodoxo de Moscovo assinaram esta sexta-feira em Varsóvia uma mensagem que apela à reconciliação entre os dois países.
“Os nossos povos irmãos estão unidos não só por uma vizinhança secular mas também por uma rica herança cristã oriental e ocidental”, escrevem os responsáveis cristãos, que destacam a importância da religião na definição da “identidade, fisionomia espiritual e cultural” de cada país.
O documento diz que as Igrejas querem “para sanar as feridas do passado” e “superar os recíprocos preconceitos e incompreensões”, na busca de reconciliação.
O exército da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas invadiu a Polónia a 17 de setembro de 1939, sem declaração formal de guerra, um ato considerado como “agressão” pelos polacos, mas que os russos justificam com a necessidade de se proteger do avanço do exército nazi da Alemanha.
“O diálogo deve ajudar a conhecermo-nos melhor, a restabelecer a confiança recíproca, visando a reconciliação, o que supõe também estar pronto para perdoar as ofensas e as injustiças sofridas”, sublinham o presidente da Conferência Episcopal Polaca e o patriarca ortodoxo de Moscovo.
Na sua habitual catequese de domingo, Bento XVI comentou uma passagem dos evangelhos em que se relatava um milagre de Jesus e disse que o discurso de Cristo, nessa situação, não procurou “reunir consensos”, mas promover uma “reviravolta na sua missão pública”.
“Ele [Jesus], ao explicar a imagem do pão, afirma ter sido enviado para oferecer a sua própria vida: quem quiser segui-lo deve unir-se a Ele de modo pessoal e profundo, participando no seu sacrifício de amor”, prosseguiu.
O Papa declarou que as pessoas entenderam que Jesus “não era um Messias como elas queriam, que aspirasse a um trono terreno”.
OC