Antigo secretário pessoal de João Paulo II é o seu delegado especial Bento XVI nomeou hoje o seu enviado especial para a celebração do 25º aniversário de fundação do sindicato polaco Solidarność (Solidariedade). O escolhido foi o D. Stanisław Dziwisz, Arcebispo de Cracóvia e o homem que, ao longo de décadas, foi secretário pessoal de João Paulo II. As cerimónias terão lugar em Danzica (Polónia), no próximo dia 31 de Agosto. Recentemente, o parlamento de Varsóvia decidiu que o dia 16 de Outubro, no qual Karol Wojtyla foi eleito como Papa em 1978, passará a ser festa nacional na Polónia. João Paulo II (1920-2005) foi o primeiro Papa polaco e um dos grandes protagonistas na história contemporânea do seu país e do mundo. As profundas transformações ocorridas na Europa no final do segundo milénio e no início do terceiro tiveram no Papa polaco um dos principais protagonistas. No começo do pontificado de João Paulo II, a Europa, pelo Tratado de IALTA, continuava dividida em dois blocos por motivos ideológicos e geopolíticos. Começava a surgir, à época, o Sindicato “Solidariedade”, que ameaçava provocar instabilidade não só no interior da Polónia mas também em outros países do Leste Europeu. O Papa polaco apoiou e estimulou a chamada “Ostpolitik”, conduzida pelo seu Secretário de Estado, o Cardeal Agostinho Casaroli, e continuada pelo seu sucessor, o Cardeal Angelo Sodano. O processo culminou, no período do Presidente Gorbachev, em marco de 1990, com o restabelecimento das relações oficiais entre o Vaticano e a ex-União Soviética. Lech Walesa, uma das figuras chave do “Solidariedade”, foi sempre um amigo próximo de João Paulo II e visita habitual no Vaticano. Em declarações à imprensa alemã, o ex-presidente da Polónia e Prémio Nobel da Paz, convidou agora Bento XVI a obter a nacionalidade polaca. “O Papa é extremamente querido e amado na Polónia”, disse Walesa.