Bento XVI regressou a Roma

Papa deixa a Austrália após dias de festa na Jornada Mundial da Juventude. Estadia em Castel Gandolfo até às férias nos Alpes italianos Bento XVI regressou esta Segunda-feira à noite à cidade de Roma, após uma longa viagem desde a cidade australiana de Sidney, concluindo a nona visita ao estrangeiro do seu pontificado, iniciado em Abril de 2005. A mais longa viagem do actual Papa ficou marcada pela celebração da Jornada Mundial da Juventude, com centenas de milhares de jovens de todo o mundo. O Papa permanecerá na residência pontifícia de Verão, em Castel Gandolfo (arredores de Roma), antes de partir em férias para os Alpes italianos. Bento XVI passará suas férias de Verão, de 28 de Julho a 11 de Agosto, na localidade tirolesa de Bressanone, da região italiana de Trentino-Alto Adige. O Papa irá hospedar-se no Seminário Maior de Bressanone, um edifício histórico com mais de 400 anos. No programa só há dois acontecimentos oficiais: o Angelus de 3 e de 10 de Agosto Ontem, à partida, no aeroporto de Sidney, o Papa fez questão de sublinhar que “foram os jovens a fazer desta jornada um evento eclesial de carácter global, uma grande celebração da juventude, uma grande celebração do que deve ser a Igreja”. Após ter agradecido a presença de peregrinos de todo o mundo – nalguns casos, depois de “grandes sacrifícios -, às autoridades civis e militares, aos organizadores, populações e famílias australianas e neozelandesas que acolheram os participantes na JMJ, Bento XVI passou em revistas alguns momentos mais marcantes “destes dias emocionantes”. A visita ao túmulo da Beata australiana, Mary MacKillop, a Via Sacra nas ruas de Sidney, o encontro com os jovens em Darlinghurst e com responsáveis ecuménicos e de outras religiões foram enunciados antes dos “pontos culminantes”, vividos na vigília de Sábado e na Missa de Domingo, com mais de 400 mil peregrinos. “A Jornada Mundial da Juventude mostrou-nos que a Igreja pode alegrar-se com os jovens de hoje e encher-se de esperança pelo mundo de amanhã”, apontou. Durante o voo, o Papa enviou uma mensagem telegráfica aos chefes de Estado da Indonésia, Singapura, Malásia, Índia, Omã, Emiratos Árabes Unidos, Bahrein, Arábia Saudita, Jordânia, Síria, Líbano, Chipre e Grécia. Como é habitual, Bento XVI endereçou uma mensagem do género ao presidente italiano, na qual refere que em Sidney teve “a alegria de encontrar jovens de todo o mundo, prontos a deixarem-se guiar pela força do Espírito Santo para contribuir generosamente na construção da civilização do amor”. Teste superado Desde a passada Quinta-feira, nos vários encontros com os jovens peregrinos, autoridades políticas e responsáveis religiosos na Austrália, Bento XVI sublinhou, sobretudo, duas questões principais: o papel da fé na vida pessoal e no espaço público, num mundo cada vez mais marcado pelo relativismo e a secularização; a preocupação com o futuro da humanidade, seja pela exploração dos recursos do planeta, seja pelo desnorte em termos de princípios e valores. A estas temáticas, juntaram-se outros temas de particular relevo, como o diálogo entre cristãos e entre religiões ou os direitos dos aborígenes – com mais visibilidades nas várias cerimónias da JMJ, onde houve sempre lugar para manifestações das culturas nativas da Oceânia. A viagem à Austrália foi ainda oportunidade para o Papa pedir desculpa pelos casos de abusos sexuais de menores, por parte do clero, situações classificadas como uma “vergonha”, que devem implicar a Igreja no apoio às vítimas e na condenação dos seus rsponsáveis, inclusive diante da justiça. FOTO: Lusa

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