Bento XVI regressa esta Quinta-feira ao Vaticano, após ter passado o período de Verão na da Residência Pontifícia de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma.
Este ano, ao contrário do que é habitual, o Papa não saiu da capital italiana durante o seu período de férias.
Na quarta-feira, 29 de Setembro, Bento XVI quis saudar os funcionários das Vilas Pontifícias, na conclusão da sua permanência na residência.
“É importante que cada cristão viva em contacto e em diálogo pessoal com a Palavra de Deus, que nos foi dada na Sagrada Escritura, não como palavra do passado, mas como Palavra viva que se dirige a nós hoje e nos interpela”, disse, evocando a memória litúrgica de S. Jerónimo, doutor da Igreja do século IV que traduziu a Bíblica para o latim.
“Que cada um possa conhecer e assimilar cada vez mais profundamente a Palavra de Deus, estímulo e fonte da vida cristã para todas as situações e para cada pessoa”, acrescentou.
O palácio de Castel Gandolfo é, curiosamente, maior do que o Estado da Cidade do Vaticano.
Os romanos chamam à região onde está inserida a residência os “castelos romanos”, por causa das construções que as famílias da nobreza ali levantaram.
Cada castelo tem o nome do senhor da fortaleza – no caso da residência pontifícia era a família Gandulfi, natural de Génova. Cerca do ano 1200, os Gandulfi construíram o seu pequeno castelo que, no século seguinte passou para a família Savelli, a qual manteve esta edificação até 1596.
Nesse ano, por causa de uma dívida que a família não conseguiu pagar ao Papa Clemente VIII (1592-1605), a propriedade passou para o Papa e, em 1640, declarada propriedade da Santa Sé.
Urbano VIII (1623-1644) decidiu transformar o Castelo na sua residência de verão, adaptando e ampliando a velha fortaleza.
Em 1870, com o fim do Estado Pontifício, a residência foi abandonada e esquecida, mas com a assinatura dos Pactos Lateranenses (1929) Castel Gandolfo voltou a ser residência estival dos Papas.
Nessa altura foram adquiridos o complexo da Villa Barberini e algumas propriedades vizinhas para dar vida à actual exploração agrícola.
As pessoas que ali trabalham durante todo o anos são cerca de 60, entre jardineiros, tratadores de árvores, agricultores, electricistas e pessoal da manutenção. Apenas 20 pessoas, contudo, residem na propriedade.