Vaticano reafirma posição sobre o estatuto jurídico da região e assegura acompanhamento da situação Bento XVI recebeu este Sábado, no Vaticano, o Presidente do Kosovo, Fatmir Sejdiu. Um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé sublinhou que o encontro serviu para dar uma particular atenção aos desenvolvimentos que decorrem na província autónoma da Sérvia, actualmente administrada pela ONU segundo a resolução do Conselho de Segurança N.º 1244. Segundo o Vaticano, a audiência com a alta autoridade institucional do Kosovo “não significa a mudança de posição da Santa Sé sobre o estatuto jurídico que define o Kososvo”. O Papa pretendeu “receber informações directas”. No que se refere a uma eventual declaração de independência do Kosovo, a Santa Sé vai seguir a situação com uma atenção especial e na sua apreciação dos factos, “terá em conta a orientação da Comunidade Internacional”. Uma larga maioria dos países da União Europeia e os Estados Unidos da América estão prontos a reconhecer a independência do Kosovo, mesmo com a oposição da Sérvia e da Rússia. O Vaticano insiste na necessidade de “garantir a necessidade e o respeito dos direitos dos habitantes”. Na audiência com Fatmir Sejdiu, Bento XVI desejou exprimir a “sua proximidade a toda a população de uma terra onde o cristianismo se encontra presente desde os primeiros séculos da nossa era”. O comunicado salienta que “65 000 fiéis católicos vivem hoje no Kosovo”, cuja população é na sua maioria muçulmana, mas que é considerado pelos sérvios, cristãos ortodoxos, como o seu berço espiritual. “A Santa Sé não perde oportunidade de exortar todos à reconciliação, à justiça e à paz”, pode ler-se. No passado dia 7 de Janeiro, o Papa pediu que o estatuto definitivo do Kosovo “tenha em conta as legítimas reivindicações das partes em causa” e garanta “segurança e respeito pelos seus direitos a todos os que habitam nesta terra”. Bento XVI recebeu em Dezembro de 2007 o presidente albanês, Bamir Topi, no Vaticano, com o qual debateu a situação do Kosovo, segundo um comunicado oficial da Santa Sé. O Papa e Topi falaram “sobre a necessidade, relativamente à organização jurídica definitiva do Kosovo, de que sejam tidas em conta as exigências fundamentais de todos e que seja esconjurado todo o recurso à violência”.