O Papa recebeu ontem em audiência, no Vaticano, a presidente do Chile, Michelle Bachelet. O encontro que durou cerca de 40 minutos, realizou-se num clima de amizade e o diálogo foi estabelecido em alemão. Após o encontro, a presidente do Chile encontrou-se com o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, acompanhado do secretário das Relações com os Estados, D. Dominique Mamberti. Segundo um comunicado da Sala de Imprensa do Vaticano, os encontros, permitiram uma troca de informações sobre a situação sociopolítica do país e sobre seu papel na América Latina. “Foram abordados temas de interesse comum, como a vida humana e a família, a educação, os direitos humanos, a justiça e a paz e outras questões relevantes na agenda internacional. Foi também reiterada a contribuição positiva dada pela Igreja católica à sociedade chilena, especialmente nos âmbitos social e educacional.” Michelle Bachelet, é a primeira mulher chilena a ocupar o mais alto cargo da nação. Durante o regime de Pinochet foi detida e torturada. A presidente chilena, laureada em medicina e especializada em pediatria, após um período no exílio voltou ao Chile, onde, com o regresso do regime democrático, ocupou os cargos de Ministra da Saúde e da Defesa. No dia 15 de Janeiro do ano passado foi eleita presidente. A chefe de Estado chilena presenteou Bento XVI com uma escultura colorida em madeira, com quarenta centímetros de altura, que representa um carro e os cavalos da festa tradicional chilena de Cuasimodo, que é celebrada todos os anos em uma região no centro do país, entre pregações, procissões e paradas de cavaleiros. Junto à escultura, Bachelet deu a Ratzinger três livros, um deles dedicado às igrejas mais importantes do Chile, muitas delas em péssimas condições, danificadas pelo tempo e por terremotos. Bento XVI, por sua vez, presenteou Bachelet com as tradicionais medalhas do pontificado. No final da audiência, Michelle Bachelet expressou a sua satisfação pelo encontro com o Papa, a quem reiterou votos de que a Igreja e o governo chileno possam colaborar pelo bem do povo do Chile. Entrevistada pela Rádio Vaticano logo após o encontro com o Santo Padre, sublinhou o privilégio da audiência, tendo “oportunidade para falar sobre aquilo que queremos fazer e aquilo que estamos a fazer no Chile”. A presidente chilena deu conta que foram abordados temas muito importantes para a Igreja e para governo no Chile. “Como queremos que cresça o país, que seja moderno, mas que possa, porém, afrontar os dilemas da modernidade, da desagregação familiar, das famílias com um só progenitor, e como essa situação deixa frequentemente as crianças abandonadas, levando-as à droga e à violência. Nesse campo espero realmente poder trabalhar junto com a Igreja, com as forças sociais e sindicais e a sociedade civil, para reforçar a nossa família e para construir um país melhor economicamente, mas também humano e cheio de valores.” Redacção/Rádio Vaticano