Bento XVI queria bispo teólogo para Fátima

D. António Marto está surpreso mas confiante com nova missão “Aceitei na obediência”, disse à Agência ECCLESIA o novo bispo de Leiria-Fátima, nomeado, este Sábado, por Bento XVI, para suceder a D. Serafim Ferreira e Silva, que cessa funções naquela diocese por limite de idade, segundo o disposto no cân 401§1 do Código de Direito Canónico. “Foi-me dito directamente pelo Vaticano que o Santo Padre queria um bispo teólogo para Fátima, e o meu nome teria sido o mais sugerido, pelos meus colegas de episcopado”, contou D. António Marto, manifestando a surpresa da nomeação. “Era vontade do Santo Padre que eu aceitasse e eu aceitei na obediência”, testemunhou. O sentimento de surpresa é justificado pelo facto de estar, “apenas, há dois anos” na diocese de Viseu, de quem vai ter que se separar com alguma dificuldade, porque, sublinha, “foi a primeira, por conseguinte, o primeiro amor que eu tive com bispo”. Nestes dois anos a conduzir a diocese de Viseu, D. António Marto traçou um programa que fica por concretizar, pelo menos pelas suas mãos, porque, lamenta, fica “muita coisa por fazer”. “O primeiro ano que aqui estive foi para ver, conhecer, as situações no seu contexto cultural, religioso, e depois arrancou-se com um programa. O primeiro ano foi mais dedicado à Eucaristia, o segundo, era sobre Ministérios e Vocações. Estávamos a projectar um programa mais a longo prazo mas, tudo isso fica, agora, para quem vier”. Para além do sentimento de surpresa, o novo bispo de Leiria-Fátima manifesta, ainda, um sentimento também de confiança e de esperança, quer em Deus, quer na própria diocese, que é uma diocese cheia de vida e com um clero muito bom e muito dedicado”, frisou. Ao receber a sua nova diocese, D. António Marto, não manifesta, por enquanto, ter grandes projectos a concretizar, porque, revela, “a primeira tarefa que eu considero prioritária é conhecer a diocese, de uma maneira viva e ao vivo. Não basta conhecer pelas estatísticas, é preciso conhecer as pessoas, as situações, o seu contexto cultural, o seu contexto vital, e mesmo emocional. Sem o conhecimento mútuo e sem relação fraterna e próxima não se pode projectar nada”. D. Serafim Ferreira e Silva deixa a diocese com um programa pastoral para os próximos seis anos, e o bispo que entra, diz D. António Marto, “leva para a frente o programa que já está traçado”. “Já está tudo a andar e eu entro no comboio e conduzo a locomotiva”, gracejou. Referindo-se ao Santúario de Fátima, concretamente ao Estatuto do Santuário que vai ser apresentado e discutido entre os bispos, na próxima semana, em Assembleia Plenária, o bispo recém nomeado reconhece “a dimensão nacional e internacional” do Santuário e manifesta preocupação “de conhecer o Estatuto e as suas implicações, mesmo em relação à posição do bispo”, refere. “Todos os Santuários grandes do mundo tem um estatuto, e esse deriva da dimensão nacional e internacional que tem”. Quanto ao de Fátima, mantendo reserva apenas avançou que “é uma coisa que vai ser analisada, reflectida, discutida, com todos os outros bispos e certamente chegarão a um estatuto próprio”.

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