Festa do Cura d’Ars lembrada pelo Papa A Igreja Católica celebra hoje a festa litúrgica de São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, a quem o Papa ontem pediu intercessão pelo aumento no número e na qualidade dos sacerdotes. Ao concluir a tradicional Audiência Geral Bento XVI lembrou a festa de São João Maria Vianney, falando primeiro aos peregrinos polacos. “Pela sua intercessão peçamos a Deus muitos e santos sacerdotes. A Igreja de hoje tem tanta necessidade deles!”, exortou. Em seguida, falando em italiano voltou a mencionar o Santo, pedindo que “o seu exemplo seja para todos um estímulo e impulso para corresponder generosamente à graça divina”. O “Instrumentum laboris” do Sínodo dos Bispos, de Outubro próximo, mostra que há mais católicos, mas menos padres. No primeiro capítulo do documento, o balanço estatístico apresentado revela que o número de católicos no mundo aumentou em 15 milhões entre 2002 e 2003, chegando a um total de 1,086 mil milhões. É na África que se regista o maior crescimento, com um aumento de 4,5%, seguindo-se a Ásia (2,2%), a Oceania (1,3%) e a América (1,2%). A Europa não conheceu nenhuma flutuação de relevo, nesta matéria. Apesar de o número de Bispos ter crescido em 27,68% entre 1978 e 2003 (passando de 3. 714 para 4.742), os números distribuídos no “Instrumentum laboris” assinalam uma quebra de 3,69%, no número de padres nesse mesmo período (de 421.000 para 405.000). Esse dado, quando cruzado com o aumento dos fiéis, mostra que o número de católicos por padre passou de 1.797 para 2.677, quebra de mais de 40%. O número de padres religiosos diminuiu bastante (13,3%) nesses 25 anos, acompanhando a quebra significativa de religiosos e religiosas no mundo (27,94% e 21,65% respectivamente). João Maria Vianney João Maria foi o nome que o santo pároco de Ars recebeu quando foi baptizado no dia 8 de Maio de 1786. Vinte e um anos depois, ao ser confirmado, escolheu S. João Baptista como padroeiro adicional e passou a assinar-se João Maria Baptista ou João Baptista Maria Vianney. Guardava rebanhos em casa do pai. Em Écully vivia um santo sacerdote, o Padre Balley, que se encarregou de o instruir. Só aos 18 anos aprendeu a ler e obteve do pai licença para se fazer sacerdote. Tinha imensa dificuldade em aprender. No seminário não conseguia acompanhar os colegas no estudo e fazia uma confusão mental diante de uma simples página de filosofia ou de teologia. Ordenado sacerdote (aos 30 anos de idade), foi enviado para uma insignificante aldeia, com cerca de 230 paroquianos. Era o coadjutor do padre Balley, daquele que, apesar de suas dificuldades em relação ao estudo, confiara nele e o havia preparado para o sacerdócio. Mais tarde João Maria Vianney tornou-se o cura d’Ars. Rezava, fazia penitência, pregava e fazia caridade, cumprindo zelosamente seu ministério sacerdotal. Permanecia horas e horas a fio atendendo confissões dos peregrinos que a ele acorriam de toda a parte da França, a fim de pedir orientações. Passava horas diante do Sacrário. Era ali que estava o segredo de tanta virtude e do poder com que subjugava as almas. Ars foi transformada por aquele que viria a ser o patrono dos vigários. Morreu no ano de 1858.
