Bento XVI percorre grandes acontecimentos de 2005

Discurso à Cúria Romana assinala morte de João Paulo II, Jornadas de Colónia, o Sínodo dos Bispos e o Ano da Eucaristia Bento XVI apresentou hoje um balanço do ano de 2005, num dos maiores discursos do seu pontificado, assinalando como factos de relevo a morte de João Paulo II, as Jornadas de Colónia e o Ano da Eucaristia. No tradicional encontro para a troca de votos natalícios com a Cúria Romana, o Papa recordou o seu predecessor, considerando que “com as suas palavras e as suas obras, deu-nos grandes coisas”. “Não menos importante é a lição que nos deu desde a cátedra do sofrimento”. Percorrendo os grandes acontecimentos “que assinalaram profundamente a vida da Igreja”, Bento XVI começou, naturalmente, por assinalar a morte de João Paulo II, “precedida por um longo caminho de sofrimento e de perda progressiva da fala”. “Nenhum Papa nos deixou uma quantidade de textos como a que ele (João Paulo II) nos deixou; nenhum Papa precedente pôde visitar, como ele, todo o mundo e falar de forma directa com os homens de todos os continentes, mas, no fim, tocou-lhe um caminho de sofrimento e de silêncio”, sublinhou. Bento XVI classificou como “inesquecíveis”, em particular, as imagens do Domingo de Ramos, da Sexta-feira Santa e do Domingo de Páscoa, “no qual, através de toda a dor, vemos refulgir a promessa da ressurreição e da vida eterna”. Colónia O Papa referiu-se, em seguida, ao primeiro grande encontro do seu pontificado com os jovens, as Jornadas Mundiais de Colónia, em Agosto. “As Jornadas Mundiais da Juventude permanecem na memória de todos os que estavam presentes como um grande dom”, assinalou. Lembrando os cerca de 1 milhão de jovens que se juntaram para “rezar, ouvir a Palavra de Deus, receber os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, cantar e festejar em conjunto”, Bento XVI frisou que, durante aqueles dias, “reinava, simplesmente, a alegria”. “Para todos aqueles que lá estavam presentes é inesquecível o silêncio daquele milhão de jovens, um silêncio que unia todos, quando o Senhor era posto no Sacramento sobre o altar”, apontou. Para o Papa, tanto as JMJ como o recente Sínodo dos Bispos “mostraram que antes de qualquer actividade e de qualquer transformação do mundo, deve fazer-se a adoração”. Na sequência desta reflexão, o Papa abordou a experiência do Sínodo dos Bispos, no Vaticano, durante o qual “se viu a riqueza da vida eucarística da Igreja de hoje e se manifestou a infindável riqueza da sua fé eucarística”. “É comovente, para mim, ver como em toda a Igreja está a ressurgir a alegria da adoração eucarística e se manifestam os seus frutos”, apontou. Bento XVI não esquece o dia 19 de Abril, quando foi eleito como sucessor de João Paulo II “para minha não pequena surpresa”, como confessou. “Tal tarefa estava fora de tudo aquilo que teria podido imaginar como minha vocação. Assim, foi apenas com grande acto de confiança em Deus que pude dizer, na obediência, o meu ‘sim’ a esta escolha”, relatou. Em conclusão, o Papa agradeceu a todos os que o têm acompanhado “com tanta confiança, bondade e compreensão”.

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