Bento XVI: Pedido de resignação é «gesto verdadeiramente profético», diz bispo da Guarda

Guarda, 12 fev (2013) – O bispo da Guarda, D. Manuel Felício, considera que o pedido de resignação de Bento XVI é um “gesto verdadeiramente profético” e indica a “coragem com que toda a Igreja tem de saber percorrer os caminhos novos”

Numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA, D. Manuel Felício sublinha que o pontificado de Bento XVI foi “riquíssimo para a Igreja e para o mundo”.

A tomada de posição do sucessor de João Paulo II deixou o mundo “surpreendido”, adianta o prelado da Guarda.

Para D. Manuel Felício, Bento XVI foi um “Papa de coragem, não só pela forma como soube enfrentar graves problemas que aconteceram”, durante o seu pontificado, na vida da Igreja, mas também porque “tomou a iniciativa de tratar, com a competência que lhe é reconhecida, temas da máxima importância para vida das pessoa e da sociedade, mas que a agenda da cultura dominante teima em esquecer”, escreveu.

O Papa revelou a sua decisão, esta segunda-feira, durante o consistório (encontro com cardeais) que tinha sido convocado para decidir três causas de canonização.

O Código de Direito Canónico, prevê a possibilidade jurídica de renúncia por parte do Papa e esta renúncia não precisa de ser aceite por ninguém para ter validade, como indica o Cânone 332.

O que se exige é que o Papa renuncie livremente e que manifeste a sua decisão de modo claro e público, como aconteceu esta manhã no Vaticano.

“Bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos cardeais em 19 de abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20h00, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice”, declarou Bento XVI.

O último caso de renúncia, situação pouco comum na história da Igreja, tinha sido o do Papa Gregório XII, em 1415.

Joseph Ratzinger, que foi eleito em abril de 2005 para suceder a João Paulo II, vai completar 86 anos de idade dentro de 2 meses.

LFS/OC

 

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Agência ECCLESIA

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