Papa diz que os cristãos não devem aceitar injustiças como o aborto, mesmo que sejam legais
Bento XVI pediu esta Quinta-feira que os padres de todo o mundo sejam homens de paz e de alegria ao longo da sua vida.
“Como sacerdotes, somos chamados a ser, na comunhão com Jesus Cristo, homens de paz, somos chamados a opor-nos à violência e a confiar no poder maior do amor”, assinalou.
O Papa falava na homilia da chamada “Missa Crismal”, esta manhã, celebração que se repete em todo o mundo e reúne o clero de cada Diocese em torno do seu Bispo.
Para Bento XVI, é urgente rezar para que os padres sejam capazes de levar a alegria “a um mundo tão urgentemente necessitado da alegria que brota da verdade”.
Os apelos do Papa alargaram-se a todos os cristãos, que apelidou de “pessoas de paz, pessoas que reconhecem e vivem o mistério da Cruz como mistério da reconciliação”.
Recordando os mártires dos primeiros séculos do Cristianismo, Bento XVI indicou que a sua luta “consistia, e consiste, não no uso da violência”, mas no facto de estarem “prontos a sofrer pelo bem, por Deus”.
“Também hoje, é importante para os cristãos não aceitar uma injustiça que é elevada a direito – por exemplo, quando se trata do assassinato de crianças inocentes ainda por nascer”, apontou, condenando o aborto.
Na celebração são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o Óleo do Crisma, a homilia de Bento XVI centrou-se na explicação do que significam os Sacramentos e os elementos da natureza a eles associados.
O Papa recordou que na Igreja antiga “o óleo consagrado foi considerado, particularmente, como sinal da presença do Espírito Santo”, “o óleo da alegria”.
“Esta alegria é uma realidade diversa do divertimento ou da alegria exterior que a sociedade moderna deseja”, precisou.
Bento XVI declarou que “o divertimento não é tudo” e que “quando pretende ser tudo, torna-se uma máscara por detrás da qual se esconde o desespero ou, pelo menos, a dúvida”.
“A alegria, que nos vem de Cristo, é diferente. Essa também nos dá contentamento, mas pode sem dúvida coexistir com o sofrimento”, apontou.