Bento XVI pede liberdade de fé para os cristãos “em toda a parte”

A visita de Bento XVI à sede da Congregação para as Igrejas Orientais, na Via della Conciliazione, assumiu especial importância com o assinalar dos 90 anos deste Dicastério da Cúria Romana. No discurso aí pronunciado, o Papa recordou que foi o seu predecessor Bento XV a criar, há 90 anos, este Dicastério da Cúria Romana, dando assim todo um novo dinamismo e total autonomia à “Secção Oriental” da Congregação “De Propaganda Fide”, instituída já no século XIX pelo Papa Pio IX. Esta nova Congregação para as Igrejas Orientais deveria, no espírito do seu fundador, “dissipar o receio de que os orientais não fossem tidos na devida consideração pelos Romanos Pontífices”, como escreveu então Bento XV. Uma atitude que o actual Pontífice reafirma agora com toda a convicção. Perante situações passadas e presentes de sérias limitações da liberdade religiosa, que se configuram como verdadeira perseguição religiosa, o Papa lançou um veemente apelo a todos os responsáveis para que “por toda a parte, do Oriente ao Ocidente, as Igrejas possam professar a fé cristã em plena liberdade”, para que “seja por toda a parte concedida a possibilidade de viverem na tranquilidade pessoal e social, garantindo dignidade, respeito e futuro a cada um e aos grupos, sem qualquer dano aos seus direitos de crentes e de cidadãos”. Bento XVI quis também exprimir uma “premente invocação de paz para a Terra Santa, para o Iraque, para o Líbano, territórios todos eles sob a jurisdição da Congregação para as Igrejas Orientais, como também também as outras regiões afectadas pela violência. Lembrando o preço de sangue que tantos fiéis e pastores continuam a pagar pela sua fé, Bento XVI reafirmou a sua “profunda consideração para com as Igrejas Orientais Católicas, pelo seu singular papel de testemunhas vivas das origens”. “Sem uma relação constante com a tradição das origens, não há futuro para a Igreja de Cristo. São em especial das Igrejas Orientais a conservar o eco do primeiro anúncio evangélico; as mais antigas memórias dos sinais realizados pelo Senhor; os primeiros reflexos da luz pascal e o reflexo do fogo nunca extinto do Pentecostes. O seu património espiritual, radicado no ensinamento dos Apóstolos e dos Padres, gerou veneráveis tradições litúrgicas, teológicas e disciplinares, mostrando a capacidade do ‘pensamento de Cristo’ de fecundar as culturas e a história”. No seu discurso aos membros da Congregação para as Igrejas Orientais, Bento XVI insistiu no seu desejo de exprimir o seu “grato apreço” e o seu “encorajamento” a desenvolver toda a sua actividade. “Reafirmo a irreversibilidade da opção ecuménica e o facto inadiável do encontro a nível inter-religioso”. Com Rádio Vaticano

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Agência ECCLESIA

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