Papa lembra número cada vez maior de «vítimas inocentes», apelando ao respeito do direito humanitário Bento XVI deixou esta Quarta-feira no Vaticano um apelo em favor da “paz e da reconciliação” no Sri Lanka, apelando ao respeito do direito humanitário por todas as partes em conflito. “Do Sri Lanka chegam notícias de um encrudescimento do conflito e cresce o número de vítimas inocentes”, indicou, falando na audiência geral desta semana. Entre ontem e hoje, 52 civis foram mortos na forte luta que se está a travar no Norte do Sri Lanka, comunicaram as Nações Unidas, e bombas de fragmentação voltaram a cair sobre um hospital que já sofreu diversos ataques. Os militares cingaleses não assumem a responsabilidade por estes ataques e os Tigres de Libertação do Eelam Tamil (LTTE) permanecem em silêncio. O Papa deixou um “forte apelo” às partes em combate para que “respeitem o direito humanitário e a liberdade de movimento das populações”, fazendo os possíveis para “garantir a assistência aos feridos e civis” e consentindo “a satisfação das suas urgentes necessidades médicas e alimentares”. Depois de um desfile das Forças Armadas, por ocasião do dia da independência, nas ruas da capital, Colombo, o Presidente Rajapaksa declarou que a mais recente ofensiva lançada nas terras setentrionais da Ilha é “contra a mais poderosa organização terrorista do mundo”. As autoridades têm garantido nas últimas semanas que estão agora finalmente a vencer uma guerra civil que dura há já 30 anos. Entretanto, os sacerdotes e religiosas que assistem os civis nas regiões de conflito não vão abandonar o Sri Lanka, apesar da sugestão feita pelo presidente Mahinda Rajapakse ao representante diplomático do Vaticano no país. “A Igreja sente que o lugar dela é com as pessoas, compartilhar esses momentos terríveis e dar ajuda e conforto”, afirmou o Bispo de Jaffna, D. Thomas Savundaranayagam, precisando que não vai obrigar sacerdotes e freiras a abandonarem a região.