Bento XVI no México

Padre Tiago Barbosa, missionário Espiritano

No dia 10 de novembro de 2011, em Roma, adiantou-se que o Papa Bento XVI estaria de visita apostólica ao México. Quando a notícia desta visita se confirmou, pode afirmar-se, em total abono da verdade, que este imenso país católico regozijou de alegria. Muitos meses antes, era normal escutar a pergunta: “Quando virá o Papa ao México?”, “Porque não vem o Papa ao México?

Estas e outras perguntas parecidas ouviam-se, com frequência, nas reuniões dos diferentes presbitérios, assim como também nas conversas quotidianas dos fiéis.

Por isso, quando se anunciou a visita de Bento XVI para o ano de 2012, durante uma semana este foi o grande tema de conversa nos mais importantes meios de comunicação social nacionais. De todos os lados, se escutavam reações de alegria, de emoção e felicidade a esta visita tão esperada. Foi uma larga espera, mas valeu a pena por que a alma não é pequena…

A Conferência Episcopal Mexicana (CEM) pediu a todas a paroquias que durante o mês de janeiro se realizassem vigílias, celebrações eucarísticas, adorações ao Santíssimo Sacramento ou outros momentos comunitários de oração como meios de preparação para esta visita. Foi um preparar o coração para receber a alguém que nos visita e que seguramente dará um alento especial ao catolicismo mexicano.

Nas palavras do arcebispo da Cidade do México, D. Norberto Rivera, o Santo Padre, com esta visita, vem dar com uma clara mensagem de esperança e paz a um México que tem sofrido bastante na sua própria pele, por causa da violência, em especial nos últimos anos.

Na verdade, nos últimos três a quatro anos, o México tem vivido dias de muita violência, ligada ao narcotráfico e não só. Os sequestros, os tiroteios e demais fenómenos de violência, nas ruas e em pleno dia, fizeram com que a tranquilidade e paz de tantas cidades e aldeias desaparecessem. Um fenómeno atual e que é fruto de este ambiente de violência é a fuga massiva de muitas famílias das pequenas cidades para as grandes metrópoles mexicanas, tais como Cidade do México, Guadalajara, Monterrey e também para o país vizinho. No ano passado, deram-se por terminadas os festejos de duas grandes celebrações nacionais: os 100 anos da revolução mexicana e os 200 anos da independência de México; foi triste ver que eventos festivos que afirmam a juventude e a história recente de este país foram vividos baixo uma “onda” de violência nunca antes vista. Tristemente!

Neste contexto, a Igreja promoveu uma campanha pela paz e reconciliação, com o tema ‘Com Cristo, rezo pela paz e reconciliação!’. Também, neste mesmo ano, nasceu um movimento civil integrado por muitas organizações defensoras dos Direitos Humanos e muitos religiosos que fizeram várias caravanas ao longo de este imenso país promovendo a paz e a justiça com dignidade. Foi um toque à consciência! E um grito: muitos excessos de violência, de falta de paz são cometidos por gente batizada, por crentes, por gente de fé… então vem a pergunta: onde está a evangelização? Onde está a Fé? Onde está o grande amor à Morenita de Teyepac (nome dado com carinho pelos mexicanos à Virgem de Guadalupe e celebrada com enormíssima ternura no dia 12 de dezembro)?

O Papa visitar León, cidade capital do Estado de Guanajuato, que se poderia quase definir como o jardim de vocações; esta cidade situa-se no coração do território nacional. Na revolução mexicana, nos princípios do século XX, muitos cristãos morreram nesta terra gritando: “Viva Cristo Rei!” E como nos primeiros tempos do cristianismo, em que o sangre de mártires era semente de cristãos, nesta região dá-se precisamente o mesmo fenómeno.

A alguns quilómetros de León está a cidade de Silao, na qual o Papa Bento XVI celebrará a Santa Missa no dia 25, com uma enorme multidão que se espera que seja ao redor de 3 a 4 milhões de pessoas. No monte, que se chama Cerro do Cubilete, como sentinela, está erigido um momento a Cristo-Rei, que se eleva na parte mais alta desta colina e que representa a unidade do povo de México na fé católica e uma sincera homenagem aos mártires da guerra ‘cristera’ (os que morreram na guerra da revolução mexicana gritando Cristo Rei).

É nesta cidade e nesta região de mártires que Bento XVI visitará o México e que proclamará uma mensagem de fé e esperança. Há muita emoção, a alegria e esperança nesta sua primeira visita. O beato João Paulo II gravou no coração dos mexicanos uma ternura e carinho impressionante. Certamente que Bento XVI reativará esse amor ao Santo Padre no coração deste povo com palavras de esperança e alento para que se construa um México justo e em paz.

A CEM está a realizar uma intensa campanha de promoção de Bento XVI, dando a conhecer o aos fiéis o lado humano deste homem, vestido de branco, assim como também dados de Bento XVI como batizado, como sacerdote, como teólogo, como cardeal, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

Numa palavra, realiza-se neste momento e desde o mês de fevereiro uma ativa promoção “publicitária” divulgando, anunciando pelos modernos meios de comunicação, Twitter, Facebook e outros quem é este homem, vestido de branco, e que em menos de 10 dias visitará e pisará o solo mexicano.

Para mais informação e para os que queiram fazer um seguimento mais detalhado da visita do Santo Padre ao México, aqui deixo estes links: http://www.benedictomexico.mx, http://www.visitapapal.com e http://www.visitapapalenleon.mx/, assim como o da CEM: www.cem.org.mx.

Padre Tiago Barbosa, missionário Espiritano, México

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