Bento XVI: Liberdades políticas só se afirmam com liberdade interior

Religiões têm muito a oferecer ao desenvolvimento, assinalou o Papa

“A Santa Sé está empenhada na consolidação das liberdades políticas adquiridas há vinte anos na Europa, cuja expressão externa só pode florescer quando o dom divino da liberdade interior é respeitado e estimulado”, afirmou o Papa no discurso dirigido ao novo embaixador do Cazaquistão no Vaticano.

Durante o encontro de apresentação das cartas credenciais, realizado esta Quinta-feira, Bento XVI relacionou a queda do Muro de Berlim com a presidência da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que o Cazaquistão ocupará a 1 de Janeiro de 2010.

“A comunidade internacional evocou recentemente o vigésimo aniversário da queda do Muro de Berlim”, lembrou o Papa. À luz deste acontecimento, a presidência da OSCE que o Cazaquistão vai assumir “representa um testemunho eloquente de como o mundo se desenvolveu e amadureceu”, declarou Bento XVI. O Papa assinalou igualmente que a evocação da efeméride poderá contribuir para um futuro estável na região e no mundo.

Ponte entre culturas

A circunstância de no Cazaquistão conviverem diversas religiões e tradições, bem como o facto de o país estabelecer uma ponte entre a Europa e a Ásia e entre países com maiorias cristãs e muçulmanas, oferece uma “oportunidade preciosa” para promover o intercâmbio cultural e a fraternidade.

Para que o encontro entre povos possa ocorrer, é “preciso que os Estados se comprometam permanentemente com o respeito dos direitos humanos elementares”, entre os quais se encontra a “liberdade religiosa”, observou Banto XVI.

“As religiões – prosseguiu – têm muito a oferecer ao desenvolvimento”, especialmente quando Deus está presente na dimensão cultural, social, económica e, “particularmente”, política.

O Papa recordou o acordo assinado em 1998 entre a Santa Sé e o Cazaquistão, o primeiro do género na região.

Bento XVI garantiu ao embaixador Mukthar Tileuberdi que a comunidade católica no país – “uma pequena percentagem da população” – deseja contribuir para o fortalecimento da “compreensão mútua entre os mundos cristão e islâmico, para benefício de todos”.

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