Bento XVI lança Igreja na rota de Pequim

Igreja Católica celebra este Sábado, 24 de Maio, uma jornada de oração pela Igreja na China, ainda dividida em duas Por iniciativa de Bento XVI, a Igreja Católica celebra este Sábado, 24 de Maio, uma jornada de oração pela Igreja na China. A iniciativa foi anunciada em 2007, na Carta do Papa aos Bispos, presbíteros, às pessoas consagradas e aos fiéis leigos da Igreja Católica na República Popular da China. “O dia 24 de Maio, dedicado à memória litúrgica da Bem-aventurada Virgem Maria, Auxílio dos Cristãos — que é venerada com tanta devoção no santuário mariano de Shesham em Shanghai —, poderia tornar-se no futuro ocasião para os católicos de todo o mundo se unirem em oração com a Igreja que está na China”, escreveu então o Papa. Aos católicos da China, em particular, pede que a data seja celebrada “renovando a vossa comunhão de fé em Jesus Nosso Senhor e de fidelidade ao Papa, rezando a fim de que a unidade entre vós seja cada vez mais profunda e visível”. Desde que foi eleito Papa a 19 de Abril de 2005, Bento XVI tem expressado a sua esperança no reatamento das relações entre o Vaticano e a China, interrompidas desde a a subida ao poder de Mao Tsé-Tung. Nestes mais de três anos, registaram-se vários sinais de aproximação e de expressão de mútua boa vontade. A Santa Sé referiu mesmo que o Papa gostaria de visitar a China, caso fosse convidado. A China exige que o Vaticano deixasse de reconhecer Taiwan como país independente da China (obtendo aparentemente o consentimento do Vaticano neste ponto) e que o Vaticano aceite também a nomeação dos bispos chineses por parte da Associação Patriótica, controlada pelo Estado. Nesta questão a posição da Santa Sé tem-se mantido inalterável. A questão de fundo reside, precisamente, no heroísmo dos fiéis da Igreja que, na China, permanecem fiéis ao Papa e a Roma. O regime chinês controla a Associação Patriótica Católica (APC) – com cerca de quatro milhões de seguidores -, nomeia os Bispos do continente e recusa o reconhecimento da autoridade do Vaticano, que tem cerca de oito milhões de fiéis na chamada “Igreja clandestina” chinesa. Carta histórica 2007 fica na história das relações entre o Vaticano e a China: Bento XVI publicou a aguardada “Carta” aos católicos no país, na qual ccriticou as políticas restritivas da China, que”sufocam” a Igreja e dividirem os fiéis entre o ateísmo oficial e um catolicismo “clandestino”. Apontando os sinais de abertura, “é verdade que, nos últimos anos, a Igreja tem gozado de uma maior liberdade religiosa”, Bento XVI referiu-se ainda à existência de “sérias limitações” que “sufocam a actividade pastoral”. O Papa apela à unidade e reconciliação. Ciente de que a plena reconciliação “não poderá acontecer de um dia para o outro”, lembra que este caminho é “sustentado pelo exemplo e pela oração de tantas “testemunhas da fé” que sofreram e perdoaram, oferecendo as suas vidas pelo futuro da Igreja católica na China”. Bento XVI critica a interferência do governo chinês em várias áreas da actividade da Igreja e afirma que a sua insistência em registar comunidades e declarar “oficiais” tem dividido a igreja e tem levantado suspeitas, acusações mútuas e recriminações. No entanto, abre a porta aos registos governamentais acerca dos Bispos e das comunidades católicas, dizendo que é aceitável desde que não comprometa os princípios comuns da fé e da Igreja, sem deixar de afirmar que uma vez que esta “condição clandestina” não é normal na vida eclesial, o Vaticano espera que estes Bispos sejam reconhecidos pelo Governo.

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