Bento XVI indica «amor a Deus e ao próximo» como o sentido da religião

Bento XVI criticou este Domingo os actos religiosos desprovidos de consequências na vida das pessoas, afirmando que “a verdadeira religião consiste no amor a Deus e ao próximo”. “É isso o que dá valor ao culto e à prática dos preceitos”, disse o Papa, na recitação do Angelus, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano. Bento XVI centrou a sua intervenção nas passagens bíblicas que foram lidas hoje nas igrejas de todo o mundo, entre as quais se encontra uma expressão do profeta Oseias, que Jesus retoma no Evangelho: “Quero o amor e não o sacrifício, o conhecimento de Deus mais do que os holocaustos”. “Trata-se de uma palavra-chave, uma daquelas palavras que nos introduzem no coração da Sagrada Escritura”, sublinhou. O contexto em que Jesus faz sua esta passagem do profeta, é a vocação de Mateus, que uma célebre pintura de Caravaggio “tão bem ilustra”. Jesus vai a casa de Mateus, onde se encontra e está à mesa com tantos outros publicanos, todos considerados publicamente pecadores. Aos fariseus escandalizados, ele responde: “Não são os sãos que têm necessidade do médico, mas os doentes… Não vim chamar os justos, mas os pecadores”. “O evangelista Mateus, sempre atento ao elo que liga Antigo e Novo Testamento, neste ponto põe nos lábios de Jesus a profecia de Oseias – Ide e aprendei o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício”, indicou o Papa. “É tal a importância desta expressão do Profeta que o Senhor a cita novamente noutro contexto, a propósito da observância do Sábado”, prosseguiu Bento XVI. Segundo Bento XVI, “Jesus, Verbo feito homem, reencontrou-se plenamente, por assim dizer, neste oráculo de Oseias. Fê-lo com todo o seu coração e realizou-se no seu comportamento, à custa até mesmo de ferir a sensibilidade dos chefes do seu povo. Esta palavra de Deus chegou até nós através dos Evangelhos, como uma das sínteses de toda a mensagem cristã”. Entre os muitos fiéis presentes na Praça de São Pedro, não faltavam alguns peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente brasileiros. Bento XVI dirigiu-lhes uma saudação particular: “Saúdo agora os peregrinos de língua portuguesa, especialmente os brasileiros da Paróquia Imaculada Conceição da Diocese de São João da Boa Vista, e todos aqueles que estão unidos a nós através desta oração à Virgem Maria”. “Que a vossa fé seja humilde e firme, e vossa misericórdia com todos seja conforme o coração de Cristo, nossa paz. A todos dou de coração a minha Bênção Apostólica”, concluiu. (Com Rádio Vaticano)

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Agência ECCLESIA

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