Apesar de preferir um Papa com mais experiência pastoral – sublinha Alfreda Fonseca Com a eleição de Bento XVI, o novo pontificado irá continuar algumas linhas de acção de João Paulo II. “A questão do diálogo inter-religioso e o ecumenismo são movimentos imparáveis” – disse à Agência ECCLESIA Alfreda Fonseca, membro do Centro Reflexão Cristã (CRC) e da Pax Christi (PC) sobre o novo pontificado. Ao nível das normas internas da Igreja – afirma Alfreda Fonseca – “não teremos nenhuma abertura”. Questões como o “celibato dos padres, a participação das mulheres nos ministérios ordenados e a liberdade de expressão dos teólogos que foram admoestados pelo actual Papa enquanto Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé continuarão fechadas” – sublinha este membro do CRC. Apesar destas suposições, Alfreda Fonseca tem esperança que “a mudança do papel que tinha (Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé) e passar a ser o Pastor Universal lhe dê uma dinâmica mais ampla e mais pastoral”. As primeiras palavras de Bento XVI indicam que irá dar “alguma abertura aos sínodos e bispos”. E acrescenta: “será a entrada de ar fresco na Igreja”. A escolha do nome – Bento XVI – é a “continuação de Bento XV, um Papa que procurou fomentar a paz e a justiça”. Os tempos “não serão fáceis” mas o cardeal Ratzinger foi um dos grandes divulgadores do II Concílio Vaticano. “Foi um dos redactores da Gaudium et Spes” que regula as relações entre a Igreja e o mundo. Um documento que mantém “actualidade”. Alfreda Fonseca ficou surpreendida com a escolha do Cardeal Ratzinger apesar “de saber que não seria um cardeal muito aberto e progressista”. Não esperava que fosse um cardeal com “um perfil tão vaticanista e conservador. Preferia um Papa com mais experiência pastoral”.