Papa pediu solidariedade para com as populações equatorianas, vítimas de inundações nas últimas semanas Bento XVI deixou este Domingo um apelo em favor das populações equatorianas, vítimas de inundações nas últimas semanas. “Confiando ao Senhor as vítimas destas calamidades, exprimo a minha proximidade pessoal a quantos estão a viver horas de angústia e tribulação. Convido todos a uma fraterna solidariedade, para que as populações daquelas zonas possam regressar, o mais rapidamente possível, à normalidade da vida quotidiana”, disse, após a recitação do Angelus. As recentes inundações devastaram amplas zonas costeiras do Equador, provocando gravíssimos danos, que se vêm juntar aos que tinham sido já causados pela erupção do vulcão Tungurahua. A situação já levou o governo local a declarar o estado de emergência. Visita Antes deste apelo, o Papa tinha feito uma visita pastoral a uma paróquia romana que celebra 100 anos da sagração da respectiva igreja. Bento XVI deslocou-se à paróquia Santa Maria Libertadora, confiada ao cuidado pastoral dos Padres Salesianos e que recebera já a visita de Paulo VI, em 1966 e de João Paulo II em 1979. Na homilia da Missa aí celebrada, Bento XVI comentou o Evangelho deste Domingo, centrado no encontro de Jesus com a Samaritana, recordando a certo ponto que “existe em cada pessoa uma necessidade inata de Deus e da salvação que só Ele pode satisfazer. Uma sede de infinito que só pode ser saciada pela água que Jesus oferece, a água viva do Espírito”. “No diálogo entre Jesus e a Samaritana vemos delineado o itinerário espiritual que cada um de nós, que cada comunidade cristã está chamada a redescobrir e a percorrer constantemente”, afirmou. “A Samaritana torna-se assim figura do catecúmeno iluminado e convertido pela fé, que aspira à água viva e é purificado pela palavra e pela acção do Senhor. Mas também nós, já baptizados, encontramos neste episódio evangélico um estímulo a redescobrir a importância e o sentido da nossa vida cristã”, prosseguiu. Citando Santo Agostinho, o Papa disse que “Deus tem sede da nossa sede d’Ele, isto é, deseja ser desejado. Quanto mais o ser humano se afasta de Deus, tanto mais Ele o ‘persegue’ com o seu amor misericordioso. A liturgia estimula-nos hoje, tendo em contra também o tempo quaresmal que vivemos, a rever a nossa relação com Jesus, a procurar incansavelmente o seu rosto”. Abrir o coração A figura da Samaritana marcou igualmente a catequese do Angelus, durante o qual Bento XVI pediu que cada fiel seja capaz de “abrir o coração para escutar a palavra de Deus e, como a Samaritana, encontrar Jesus que nos revela o seu amor”. A partir de “um dos mais belos e profundos textos da Bíblia”, o Papa deixou um convite: “há que a ler e meditar pessoalmente, fazendo sua a experiência vivida por aquela mulher que, num dia como outro qualquer, foi ao poço buscar água e ali encontrou Jesus, sentado, ‘cansado da viagem’, sob o sol do meio-dia”. “A sede de Cristo é uma porta de acesso ao mistério de Deus, que quis passar sede para nos dessedentar, como se fez pobre para nos enriquecer. Sim, Deus tem sede da nossa fé e do nosso amor. Como um pai bom e misericordioso deseja para nós todo o bem possível e este bem é Ele próprio”, apontou. “Por sua vez a mulher da Samaria – fez notar o Papa – representa a insatisfação existencial de quem ainda não encontrou o que procura”. “Abramos também nós o coração à escuta confiante da palavra de Deus para encontrar, como a Samaritana, Jesus que nos revela o seu amor”, concluiu. (Com Rádio Vaticano) FOTO: Lusa