Bento XVI deixou hoje o pedido de uma “verdadeira liberdade religiosa” nos países árabes, ao receber no Vaticano os Bispos das Igrejas latinas dessas nações. “Desejo vivamente que uma verdadeira liberdade religiosa seja efectiva, em todos os lugares, e que o direito de cada um a praticar livremente ou a mudar de religião não seja travado”, referiu. Na audiência concedida à Conferência de Bispos latinos das regiões árabes (CELRA), em visita Ad limina, o Papa destacou que a liberdade religiosa “é um direito primordial de todo o ser humano”. Aos católicos desta região, claramente minoritários, Bento XVI pediu que sejam “artífices de paz e de justiça” para o Médio Oriente. Neste contexto, lamentou o desencadear de “violência sem fim” que torna mais difícil a convivência entre todos, colocando mesmo em perigo a existência das comunidades cristãs. A guerra civil no Iraque e a continuação do conflito entre o Estado de Israel e os palestinianos estão a vitimar as comunidades cristãs no Médio Oriente, a provocar uma emigração em massa dos cristãos para o Ocidente e a questionar o futuro do Cristianismo na região. “É compreensível que as circunstâncias possam, por vezes, levar os cristãos a abandonar o seu país para encontrar uma terra acolhedora que lhes permita viver convenientemente”, admitiu o Papa. Apesar disso, indicou, é necessário “encorajar e apoiar com firmeza os cristãos que fazem a escolar de permanecer fiéis à sua terra”, em especial na Terra Santa, para que esta “não se torne um local arqueológico privado de vida eclesial”.
