A Igreja Católica celebra sexta-feira a Solenidade litúrgica de São Pedro e São Paulo, que Bento XVI descreveu, pouco depois do início do seu pontificado, como a festa da “unidade e catolicidade da Igreja”. A cerimónia, no Vaticano, terá lugar na Basílica de São Pedro e é marcada pela imposição do Pálio a 51 Arcebispo Metropolitas de todo o mundo. Na celebração de amanhã, vai estar presente, como é tradição, uma Delegação enviada pelo Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I. O Metropolita preside a uma província eclesiástica constituída por diversas dioceses. Este sistema administrativo veio da divisão civil do Império Romano, depois da paz de Constantino (313). Em Portugal, desde o princípio da Nacionalidade, há três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora. A imposição do Pálio tem lugar no altar da confissão da Basílica de São Pedro. O Pálio, (faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda), é uma insígnia litúrgica de “honra e jurisdição” que é abençoada pelos Papas nesta solenidade. Para além do próprio Papa, os Pálios são também envergados pelos Arcebispos Metropolitas nas suas Igrejas e nas da sua Província eclesiástica. Esta insígnia é feita com a lã de dois cordeiros brancos benzidos pelos Papas na memória litúrgica de Santa Inês, a 21 de Janeiro. Um dos cordeiros vai enfeitado com flores brancas, símbolo da virgindade da Santa, e outro com flores vermelhas, símbolo do seu martírio. Santa Inês, cujo nome latino (Agnes) se associa à palavra em Latim para cordeiro (agnus), está enterrada na basílica a ela dedicada, na Via Nomentana em Roma, e é para lá que são levados os cordeiros após a bênção papal. Como resultado de estudos históricos e artísticos, o Pálio que Bento XVI enverga, actualmente, é significativamente diferente do dos Arcebispos.