Bento XVI encontra-se com jovens de Roma

Bento XVI encontra-se esta tarde com milhares de jovens da Diocese de Roma, dando continuidade a uma tradição iniciada por João Paulo II, que com eles se reunia na quinta-feira anterior ao Domingo de Ramos. Esta iniciativa prepara a XXI Jornada Mundial da Juventude, que este ano se celebra a nível diocesano, no próximo Domingo. O Papa está, neste momento, a responder a algumas perguntas colocadas pelos jovens, tendo começado por explicar a importância de “ler a Bíblia em colóquio com o Senhor, com Deus e com os mestres”. Uma outra pergunta abordou as questões da sexualidade e da família, com Bento XVI a lamentar que o amor seja entendido, hoje em dia, “como um acto egoísta, à luz de um cultura consumista”. O Papa centrou-se na Sagrada Escritura para definir “o amor do matrimónio”, que implica “abandonar pai e mãe, para ser uma única existência”. Artistas e desportistas estão presentes numa cerimónia que se iniciou com o testemunho de uma jovem família e contou com a leitura de passagens da primeira encíclica de Bento XVI, “Deus caritas est”. O vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini, disse no início do encontro que “os jovens amam Jesus Cristo e a Igreja, estão cheios de afecto pelo Papa, mas também sentem as interrogações e as dificuldades da sociedade em que vivem”. Assim, indicou, os jovens esperam a palavra do Papa como “luz e força para o caminho da sua vida. Milhares de participantes marcam presença na Praça de São Pedro, numa celebração que tem sido cheia de referências a João Paulo II e ao primeiro aniversário da sua morte, que ocorreu recentemente. A iniciativa ficou marcada pela intervenção da irmã do Pe. Andrea Santoro, recentemente assassinado na Turquia, entre vários outros testemunhos. “O perdão para os que mataram o Pe. Andrea, nascido no coração da nossa mãe e de todos nós, unido ao seu sacrifício, possa contribuir para a unidade das confissões cristãs e para o crescimento do diálogo entre as diversas religiões do Médio Oriente”, desejou. Após a sessão de perguntas e respostas, o Papa, acompanhado por uma delegação de jovens, desloca-se para junto do túmulo de João Paulo II, onde terá lugar um momento de oração. O encontro conclui-se com a Ave Maria de Bach, cantada pela chinesa Hong Mei. Jornada Mundial da Juventude Este ano, a Jornada Mundial da Juventude é celebrada a nível diocesano, na maior parte dos casos no Domingo de Ramos (9 de Abril). Na sua mensagem para esta celebração, Bento XVI desafiou os jovens católicos de todo o mundo a “construir a vida com Jesus Cristo”, convidando-os a “amar a Palavra de Deus e a Igreja”. O tema escolhido é uma passagem do livro dos Salmos: “A tua palavra é farol para os meus passos e luz para os meus caminhos”. A mensagem papal surge como uma espécie de programa para os jovens cristãos do terceiro milénio, que devem colocar em prática “os ensinamentos de Jesus”. “É urgente que surja uma nova geração de apóstolos enraizados na Palavra de Cristo, capazes de responder aos desafios do nosso tempo e prontos para difundir o Evangelho”, pede o Papa. Bento XVI retoma uma ideia de força do pontificado de João Paulo II: “de Deus vos chamar, não tenhais medo”. O Papa espera “generosidade” por parte dos jovens, especialmente para a opção de seguir a vida consagrada ou sacerdotal. Atento às questões que se colocam às novas gerações, a mensagem papal admite que “não é fácil reconhecer a verdadeira felicidade no mundo em que vivemos, no qual o homem é, muitas vezes, refém de correntes de pensamento que o levam, apesar de se considerar ‘livre’, a perder-se nos erros e ilusões de ideologias aberrantes”. Por isso, defende o Papa, é preciso “libertar a liberdade”. A edição de 2006 da JMJ representa a primeira etapa do caminho de preparação para o grande encontro mundial de Sydney 2008, percurso que Bento XVI quis centrar na pessoa do Espírito Santo.

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Agência ECCLESIA

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