Bento XVI é capaz de dialogar com todas as culturas

E considera o Vinho do Porto medicinal “Irá seguir e aprofundar as grandes linhas de acção de João Paulo II” – disse à Agência ECCLESIA D. António Marto, bispo de Viseu e antigo aluno do cardeal Ratzinger, eleito ontem para Chefe da Igreja. Com uma cultura “invulgar”, Bento XVI é “capaz de dialogar com todas as culturas” – menciona o prelado de Viseu que o convidou, em 2000, para proferir uma conferência na Faculdade de Teologia da UCP-Porto sobre os «Os fundamentos espirituais da Europa». Quando estudou em Roma, D. António Marto contactava frequentemente com o cardeal Ratzinger porque moravam ambos no colégio alemão. Aí verificou que o novo Papa “era um bom pianista e um amante da música”. João Paulo II foi actor de teatro, Bento XVI “é músico” mas “muito sensível à arte e à beleza”. Num primeiro momento parece “tímido” relativamente às massas mas “em relação aos jornalistas não”. E acrescenta: “não se esquiva a nenhuma questão destes”. Não parece um Papa de galvanizar massas mas às vezes a missão “estimula o carisma”. D. António Marto refere mesmo que “pode trazer surpresas para a Igreja”. Quando o cardeal Ratzinger esteve no Porto, o agora bispo de Viseu era director da Faculdade de Teologia – Porto e ofereceu-lhe uma garrafa de Vinho do Porto. “Ficou satisfeito e disse-me: eu não bebo vinho, o único que bebo é do Porto porque é medicinal”. Bento XVI conhece os terrenos da Igreja – “por dentro e por fora” – e a América Latina – “é muito sensível à pobreza”. Um “grande homem” – “prisioneiro de guerra” com “um pensamento sólido no campo teológico”.

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