No contexto da Peregrinação Internacional Aniversária, D. António Marto recorda passagem do Papa pelo Santuário
Cinco meses depois da visita de Bento XVI a Portugal, importa avaliar de que forma é que a mensagem do Papa marcou a Igreja portuguesa, nas suas diversas formas.
Aproveitando a realização de mais uma Peregrinação Internacional Aniversária em Fátima, a agência ECCLESIA convidou D. António Marto a recordar quais os aspectos que mais o tocaram, na passagem de Bento XVI pelo Santuário.
O bispo de Leiria-Fátima destaca o “impulso fundamental” que o Papa trouxe para a vitalidade daquele lugar de culto, que celebra o 93º aniversário da última aparição mariana, nos dias 12 e 13 de Outubro.
A partir desta data, ficam a faltar sete anos para a comemoração do Centenário das Aparições de Fátima, algo que Bento XVI não deixou de referir no seu discurso aos peregrinos, em Maio último.
“O facto dele falar deste período foi para nós um incentivo forte, porque na Bíblia, o número sete significa totalidade, plenitude, e fez-nos perceber o Centenário não podia ser apenas um conjunto de celebrações em 2017, tínhamos de começar já a festejar”, recorda D. António Marto.
Entretanto, já foi instituída uma comissão organizadora, para trabalhar nas diversas temáticas que vão ser abordadas durante estes sete anos. O programa total das comemorações do Centenário das Aparições de Fátima só deverá ser revelado no próximo dia 1 de Dezembro.
Mas a passagem por Fátima foi apenas um dos aspectos marcantes da visita de Bento XVI a Portugal.
Para D. Carlos Azevedo, a mensagem do Papa foi de facto, em muitos aspectos, “programática, desafiando para um certo programa de acção, no qual se podia pegar ou não”.
O presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Social recorda à agência ECCLESIA as interpelações deixadas por Bento XVI, durante o encontro que teve com os agentes portugueses da pastoral social.
“Num contexto de crise, ele alertou para a necessidade de um desenvolvimento solidário, integral e sustentável”, sublinha.
Estes três desafios pastorais, de acordo com D. Carlos Azevedo, passaram a orientar as reflexões da Igreja portuguesa, nos últimos cinco meses.
“Quer no último encontro da pastoral social, em Fátima, quer nas reuniões das diversas dioceses, tem-se partido muito da leitura da própria mensagem do Papa” realça o também bispo auxiliar de Lisboa, para quem Bento XVI revelou “uma sabedoria e uma lucidez sobre a realidade portuguesa que a alguns até espantou”.