Bento XVI despediu-se de São Marino

Viagem concluída com apelos aos jovens

Pennabilli, Itália, 19 jun 2011 (Ecclesia) – Bento XVI concluiu hoje uma viagem à diocese de São Marino-Montefeltro, espalhada por dois países, deixando apelos aos jovens sobre a importância das “perguntas” da existência humana na era da tecnologia.

“Mesmo na era do progresso científico e tecnológico, o homem permanece um ser aberto à verdade integral da sua existência, que não se detém nas coisas materiais, mas se abre a um horizonte muito mais vasto”, disse.

No momento conclusivo desta visita, considerada pelo Vaticano como uma viagem dentro da Itália – apesar da passagem pela República de São Marino -, o Papa falou com os jovens reunidos na localidade de Penabilli, onde fica a sede da diocese, costa leste da Itália, cerca de 300 quilómetros a norte de Roma.

Evocando “as grandes interrogações” que cada um transporta dentro de si, o Papa fez notar que estas são “o mais elevado sinal da transcendência do ser humano” de não se ficar pela “na superfície das coisas”.

“Não vos detenhais nas respostas parciais, imediatas, sem dúvida as mais fáceis e cómodas, que podem dar-vos algum momento de felicidade, de exaltação, de embriaguez, mas que não levam à verdadeira alegria de viver, de quem não constrói sobre a areia, mas sim sobre a rocha sólida”, apelou o Papa.

Bento XVI pediu aos jovens que aprendam a refletir, a “ler” em profundidade as suas próprias experiências humanas, na certeza de que terão a alegria de descobrir que “o coração é uma janela aberta sobre o infinito”.

“Não se trata de modo algum de desprezar o uso da razão ou de rejeitar o progresso científico, bem pelo contrário. Trata-se, isso sim, de compreender que cada um de nós não é feito apenas de uma dimensão horizontal, mas compreende também a dimensão vertical”, prosseguiu.

Antes, o Papa tinha deixado São Marino, após um encontro com as autoridades desta República e os membros do corpo diplomático ali presentes.

Bento XVI sublinhou o facto de, ao longo de séculos, se ter desenvolvido em São Marino um “grande património moral e cultural” recebido dos antepassados, “dando vida a um povo laborioso e livre que, embora na exiguidade do território, não deixou de oferecer às populações confinantes e a todo o mundo um específico contributo de civilização, caraterizada pela convivência pacífica e pelo respeito mútuo”.

Aludindo às “dificuldades económicas” que “também a comunidade de São Marino” enfrenta hoje em dia, o Papa deixou “uma palavra de encorajamento”.

“Esta [crise] coloca todo o tecido social perante a imperiosa exigência de enfrentar os problemas com coragem e sentido de responsabilidade, com generosidade e dedicação, fazendo referência ao amor pela liberdade que distingue o vosso povo”, assinalou.

Após o encontro, Bento XVI partiu rumo a Roma, em helicóptero, seguindo depois para o Vaticano.

OC

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