Papa exige iniciativas legislativas que defendam a família Bento XVI defendeu ontem a inviolabilidade da vida humana, reafirmando as suas posições contra o aborto, o casamento homossexual e a manipulação genética. O Papa exigiu mesmo iniciativas legislativas que defendam a família. Falando no congresso da Diocese de Roma sobre a família, na Basílica de São de Latraão, Bento XVI condenou “as formas modernas de dissolução do matrimónio, como as uniões livres e os matrimónios à experiências”, bem como “o pseudo-matrimónio entre pessoas do mesmo sexo”. Para o Papa, estas realidades são “uma forma de anarquia”, uma “pseudo-liberdade baseada na banalização do corpo”. O problema do relativismo “que não reconhece nada como definitivo” foi novamente abordado, com o discurso papal a convidar os cristãos a “ultrapassar o relativismo no nosso trabalho de formação, combatendo a sua predominância na sociedade e na cultura”. “As famílias cristãs devem testemunhar e comprometer-se publicamente para reafirmar o valor único e insubstituível da família fundada sobre o matrimónio e a necessidade de disposições legislativas e administrativas que sustentem as famílias na sua missão de procriação e de educação das crianças”, acrescentou. Já quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Papa se tinha destacado pela defesa intransigente da família e do matrimónio baseado na união entre homem e mulher. O documento “Considerações sobre os projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais”, publicado em Julho de 2003 pelo referido Dicastério, assumia a clara preocupação e oposição em relação aos diversos projectos legislativos que, um pouco por todos o mundo, já concederam ou se propõem conceder reconhecimento legal às uniões homossexuais. Na sua intervenção, o Papa considerou a contracepção, o aborto e a manipulação genética como “contrárias ao amor humano, à vocação profunda do homem e da mulher”. Bento XVI criticou o facto de “se fechar sistematicamente uma união ao dom da vida e, ainda mais, de se suprimir ou manipular a vida que nasce”. Poucos dias antes de um referendo, na Itália, sobre a procriação medicamente assistida, o Papa convidou as famílias cristãs a “defender a inviolabilidade da vida humana, desde a sua concepção ao seu fim natural”.