Bento XVI defende direito ao trabalho

Situação no Togo também preocupa o novo Papa Bento XVI defendeu ontem o direito ao trabalho, fazendo votos de que este não falte a ninguém, sobretudo aos mais jovens, e realçando a importância do trabalho e da presença de Cristo no âmbito laboral. “Desejo que não falte o trabalho, especialmente aos jovens, e que as condições laborais sejam cada vez mais respeitadoras da dignidade da pessoa humana”, declarou antes da recitação do Regina Caeli, naquele que foi o primeiro encontro com peregrinos de todo o mundo para a oração mariana do Domingo. O Papa recordou que a memória de São José Operário, celebrada a 1 de Maio, foi instituída para “ressaltar a importância do trabalho e da presença de Cristo e da Igreja no mundo operário”. Os povos que sofrem com a guerra, em especial o do Togo, foram também lembrados pelo Papa, o qual confessou que “nestes dias tenho pensado muitas vezes em todos os povos que sofrem por causa das guerras, doenças e pobreza”. “Em particular, hoje quero mostrar a minha proximidade às queridas populações do Togo, perturbadas por dolorosas lutas internas. Para todas estas nações imploro o dom, da concórdia e da paz”, acrescentou. A situação de crise no Togo está a preocupar seriamente a Igreja Católica, que já tinha denunciado, através dos seus representantes locais, um ambiente de “intimidações” em torno dos seus principais representantes no país africano. Os tumultos começaram após a divulgação dos resultados das eleições presidenciais de domingo, que atribuíram a vitória a Faure Gnassingbé, filho do presidente Gnassingbé Eyadema, que morreu a 5 de Fevereiro passado. Os confrontos entre manifestantes da oposição, que se recusam a aceitar os resultados eleitorais e alegam fraude, e a polícia resultaram em pelo dezenas de mortos e mais de uma centena de feridos. O Núncio Apostólico no Togo, D. Pierre Nguyen Van Tot, referiu que “muitos sacerdotes, religiosos e religiosas estão a abandonar Lomé e outros centros urbanos”. Em declarações à agência missionária Misna, o representante do Papa explica que a Igreja Católica está a ser acusada pelo governo de “estar demasiado próxima dos pedidos e das posições das forças opositoras”. Gratidão O novo Papa teve palavras de afecto para o seu antecessor, João Paulo II, referindo que “com a palavra e, mais ainda, com o exemplo, o Papa João Paulo II ensinou-nos a contemplar Cristo com os olhos de Maria e a valorizar especialmente a oração do Santo Rosário”. No início de Maio, a oração de ontem teve um pensamento para Maria, “a quem é particularmente dedicado o mês de Maio”. Bento XVI agradeceu depois o apoio recebido nestes primeiros dias do seu pontificado, sob a forma de orações dos crentes e de mensagens recebidas de todas as partes do mundo. Ontem, as Igrejas Ortodoxas celebraram a Páscoa, pelo que o Papa lhes dirigiu uma saudação especial chamando-lhes “queridos irmãos”. “Aos nossos queridos irmãos dirijo o tradicional anúncio de gozo: Cristos anesti! Sim, Cristo ressuscitou verdadeiramente. Desejo de coração que a celebração da Páscoa seja para eles uma coral oração de fé e de glória àquele que é nosso comum Senhor e que nos chama a percorrer com decisão o caminho para a plena comunhão”, indicou.

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