Bento XVI: «Culto da verdade» encorajou professor português a redescobrir a fé

Miguel Quadrio diz que o Papa alemão que vai abdicar oficialmente dia 28 de fevereiro funcionou para si como «modelo” para uma nova vida

 Lisboa, 15 fev 2013 (Ecclesia) – Os textos e reflexões de Bento XVI ajudaram Miguel Quadrio a redescobrir a fé que tinha deixado para trás há mais de 20 anos.

Em entrevista concedida ao Programa da Igreja Católica na Antena 1, este professor da Universidade Católica explica que aquilo que lhe chamou mais a atenção foi “o culto da verdade” que o Papa evidenciava através das suas reflexões.

“Perseguir a verdade, em todas as dimensões, independentemente das consequências”, sempre tinha sido também uma preocupação para o docente de 45 anos.

 Aliás, “quando deixou a fé”, aos 20, 21 anos, “foi por pensar que ela não era verdadeira, quebrar com a fé era quebrar também com o mundo em que vivia”.

Miguel Quadrio “tinha tido formação cristã e praticava” habitualmente mas a partir daquele momento quis “ser senhor do seu destino”, não por “irreverência de juventude” mas simplesmente para “não haver nenhuma entidade que limitasse” a sua ação.

O contacto com as ideias do Papa, sobretudo com o segundo volume da trilogia que Bento XVI dedicou a “Jesus de Nazaré” – sobre a vida de Cristo “da entrada em Jerusalém até à Ressurreição” – mudou a sua forma de pensar.

“Cristo nunca lhe tinha sido apresentado” da forma como “Bento XVI o apresentou” e foi encorajado pela leitura desse livro, publicado na primavera de 2010, que o especialista em comunicação cultural tomou a decisão de se “confessar” e “converter” de novo à fé cristã.

Numa altura em que Miguel Quadrio olhava para este regresso como “uma coisa quase impossível”, o Papa funcionou como “modelo” para uma nova vida.

A poucos dias de Bento XVI abdicar oficialmente do seu pontificado – a resignação oficial está marcada para 28 de fevereiro – o docente destaca a obra de “uma pessoa estruturalmente séria, profundamente culta, muito sensível à presença dos outros e que procura a verdadeira justiça”.

Foram estas qualidades que fizeram também cair o seu ceticismo inicial relativamente à eleição de Joseph Ratzinger, em 2005.

“A primeira impressão foi a mais negativa possível”, revela Miguel Quadrio, que naquela época “pensava que tinha chegado ao papado o cardeal mais reacionário que se poderia imaginar”.

“No fundo, não o conhecia, percebi isso mais tarde”, conclui.

Ao longo da próxima semana, o Programa da Igreja Católica na Antena 1 vai partilhar um conjunto de histórias sobre a imprevisibilidade da descoberta da fé, entre segunda e sexta-feira, a partir das 22h45.

PRE/JCP

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