Bento XVI defendeu esta Quinta-feira, no Vaticano, que os padres devem “permanecer afastados” de um compromisso pessoal na política, campo que considerou reservado aos “fiéis leigos”.
A entrada dos padres na política, alertou, poderia comprometer “a unidade e a comunhão de todos os fiéis”.
Recebendo um grupo de Bispos do Nordeste do Brasil, o Papa defendeu que é “necessário evitar a secularização dos sacerdotes e a clericalização dos leigos”.
“Nessa perspectiva, portanto, os fiéis leigos devem empenhar-se em exprimir na realidade, inclusive através do empenho político, a visão antropológica cristã e a doutrina social da Igreja”, explicou.
Segundo Bento XVI, “é importante fazer crescer esta consciência nos sacerdotes, religiosos e fiéis leigos, encorajando e vigiando para que cada um possa sentir-se motivado a agir segundo o seu próprio estado”.
Aos 22 Bispos presentes, o Papa pediu maiores esforços para “despertar novas vocações sacerdotais e encontrar os pastores indispensáveis às vossas dioceses, ajudando-vos mutuamente para que todos disponham de presbíteros melhor formados e mais numerosos para sustentar a vida de fé e a missão apostólica dos fiéis”.
Bento XVI frisou que na Igreja nem todos têm a mesma função: “É isto que constitui a beleza e a vida do corpo”.
A falta de padres, afirmou, não é a verdadeira justificação para “uma participação mais activa e numerosa dos leigos”. “Na realidade, quanto mais os fiéis se tornam conscientes das suas responsabilidades na Igreja, tanto mais sobressaem a identidade específica e o papel insubstituível do sacerdote como pastor do conjunto da comunidade, como testemunha da autenticidade da fé e dispensador, em nome de Cristo-Cabeça, dos mistérios da salvação”, apontou.