Bento XVI contra critérios mundanos

Bento XVI apresentou este Domingo uma reflexão sobre a realeza de Cristo, afirmando que Ele “não garante o êxito segundo os critérios mundanos, mas assegura a paz e a felicidade que só ele pode proporcionar”.

Falando aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Papa assinalou que “para qualquer tomada de consciência é preciso fazer uma escolha: a quem seguir, Deus ou o Maligno, a verdade ou a mentira?”

Na solenidade de Cristo Rei do Universo, que encerra o ano litúrgico da Igreja Católica, Bento XVI falou de “muitos homens e mulheres que, em nome de Cristo, em nome da verdade e da justiça, souberam opor-se às ilusões dos poderes terrestres com os seus diferentes matizes e que até selaram a sua fidelidade com o martírio”.

Segundo o Papa, o “poder” de Cristo Rei “é o poder do Amor”, capaz de levar a paz ao meio dos conflitos e despertar a esperança mesmo nas situações mais sombrias. É um “Reino” que nunca se impõe, pois respeita sempre a nossa liberdade.

O título de “rei”, referido por Jesus, é muito importante nos Evangelhos e permite uma leitura global da sua figura e da sua missão de salvação. Partindo da expressão “rei dos Judeus”, chega-se à de rei universal, Senhor do cosmos e da história, muito para além das expectativas do próprio povo hebraico.

“É a cruz o sinal paradoxal da sua realeza, que consiste na vitória da vontade de amor de Deus Pai sobre a desobediência do pecado. É precisamente oferecendo-se a si mesmo no sacrifício de expiação que Jesus se torna o Rei universal, como Ele próprio declarará ao aparecer aos Apóstolos depois da ressurreição”, indicou o Papa.

Bento XVI enviou uma “cordial saudação” às comunidades religiosas de clausura, que no sábado comemoraram a jornada “pro orantibus”.

O Papa falou ainda da Ir. Maria Alfonsina Danil Ghattas, nascida em Jerusalém em 1843 no seio de uma família cristã e cuja cerimónia de beatificação teve hoje lugar na sua cidade de origem.

“A beatificação desta tão significativa figura de mulher é de particular conforto para a comunidade católica na Terra Santa e um convite a que confie sempre, com firme esperança, na Divina Providência e na protecção maternal de Maria”, declarou.

“A ela cabe o mérito de ter fundado uma congregação formada apenas por mulheres locais, com o objectivo do ensino religioso, para pôr termo ao analfabetismo e melhorar as condições da mulher dessa época na terra onde o próprio Jesus exaltou a dignidade”, disse ainda.

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Agência ECCLESIA

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