Depois dos escândalos de pedofilia, a reconciliação e unidade para os sacerdotes e religiosas dos EUA Bento XVI dirigiu uma mensagem de esperança e reconciliação a sacerdotes e religiosas reunidos na Catedral de St. Patrick. Durante a homilia, o Papa usou a Catedral como um símbolo da unidade da Igreja. St. Patrick é “símbolo da unidade da igreja, de um corpo vivo composto por vários membros cada um com o seu objectivo”. O espírito da unidade está na base da Igreja, uma “unidade dentro da diversidade”, lembrou. O Papa recordou quantos homens e mulheres passaram “por esta Catedral, nos precederam e deixaram o seu testemunho”, assinalando a sua alegria por estar “numa casa de oração para todas as pessoas, que aqui entram e encontram paz”. Bento XVI afirmou que a Catedral foi concebida para lembrar uma grande tradição espiritual. O Papa lembrou que a Igreja é chamada a servir a vida e a promover uma cultura de vida. “A proclamação de vida deve ser o coração da nova evangelização. A reconciliação e a liberdade são o coração de Cristo”, indicou. Enquanto consagrados “deveis responder aos desafios morais da sociedade”, lembrou o Papa. Numa sociedade legalista e institucional para muitos, indicou o Papa, “a Igreja deve comunicar a alegria de Deus e o poder de transformar as vidas humanas”. Bento XVI exortou os sacerdotes e religiosas a viver em conjunto e a caminho de um espirito renovado que leve a Igreja à santidade e a proclamar a presença do Espírito. “Encorajo-vos a um renovado sentido de união para um trabalho conjunto”, pediu o Papa. Os abusos sexuais foram novamente lembrados pelo Papa – factos que “causaram tanto sofrimento a tantas comunidades”. “Junto-me a vocês na oração para purificar a comunidade”. “Se formos verdadeiras forças de unidade, buscamos a reconciliação, perdoamos o sofrimento e ultrapassamos as dificuldades”. “Vocês foram ordenados para o serviço, para fazerem um trabalho apostólico e de dedicação ao Espírito”. “Todos os que enchem esta Catedral são chamados a ser força da unidade em Cristo”. Um trabalho que Bento XVI pediu que fosse feito com “humildade e confiança” a caminho “da santidade”. Bento XVI deixou uma última palavra, pedindo dedicação aos pobres, desalojados, os doentes e a todos os que sofrem. Sem esquecer os muitos seminaristas ali presentes, Bento XVI disse que “todos vós têm um lugar no meu coração. Não se esqueçam que têm de continuar o legado de levar o espirito para um dia o partilharem a uma nova geração”. No final da celebração, o Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano assinalou, em espanhol, o terceiro aniversário do Pontificado de Bento XVI. “Em nome de todo o colégio cardinalicio, dos sacerdotes, religiosas, leigos e leigas de todo o mundo, expresso gratidão pelo seu sim generoso que deu inicio a um novo pontificado”, assinalou o Secretário de Estado do Vaticano. O Secretário de Estado lembrou os três marcos de Bento XVI: a Encíclica «Deus Caritas Est», “a meditação sobre Jesus de Nazaré” e a Enciclica «Spe Salvi». “Obrigada pela sua oração de sacerdote”, afirmou o Cardeal Bertone, desejando “muitos anos de pontificado”. Bento XVI disse ainda que “este é o momento para agradecer o amor à Igreja e a Deus”. Como sucessor, o Papa lembrou que “Pedro é a pedra da Igreja e guia espiritual para a Igreja de Deus”. “Agradeço o vosso amor e preces e todo o acolhimento nesta minha visita”. Foto: Lusa