Bento XVI: Cavaco Silva pede «mensagem de esperança» em tempos de incerteza

Presidente da República dá as boas-vindas a Bento XVI no aeroporto da Portela

Os portugueses precisam de “mensagens de esperança” no meio da sua “sede de justiça e solidariedade” e dos “tempos de incerteza” que atravessam, afirmou hoje o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, no discurso de boas-vindas a Bento XVI, no aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa.
 
Nas palavras de saudação ao Papa, Cavaco Silva sublinhou que Portugal é um país “livre e plural”, que respeita a separação entre a Igreja e o Estado, mas que reconhece e agradece o “serviço inestimável” que a Igreja Católica presta à sociedade.
 
“Recebemo-Vos em tempos de incerteza que põem à prova a solidez das convicções e a força dos laços que unem as comunidades. Nestes momentos, os homens precisam de quem traga uma mensagem de esperança à sua sede de justiça e de solidariedade”, sublinhou.
 
O Presidente da República destacou a necessidade de solidariedade para combater os “efeitos de uma crise económica” com incidência “tantas vezes de forma brutal e injusta”.
 
A solidariedade deve, segundo Cavaco Silva, estar presente entre as nações, num mundo que está marcado por “abissais diferenças de bem-estar e prosperidade”.
 
O Presidente da República referiu-se à solidariedade, o valor que distingue “os homens de bem, independentemente da sua Fé” e que está na base “do extraordinário projecto de paz e de desenvolvimento que é a construção da unidade europeia”.
 
O Presidente da República acentuou que os portugueses vão escutar o Papa nesta viagem apostólica de quatro dias:
Na capital “junto ao rio que levou a Fé católica a tantos povos”, no Santuário de Fátima “local de peregrinação dos católicos que a ele acorrem de todas as partes do mundo” e na cidade do Porto “local onde Portugal nasceu” e onde o Papa vai ver confirmada a “devoção e fidelidade de tantos Portugueses”.
 
O Portugal que recebe Bento XVI é um país “livre e plural”, regido por “princípios da promoção da dignidade da pessoa humana, da justiça e da paz”, cuja identidade se deve a múltiplos contributos, referiu Cavaco Silva.
 
Portugal é um “país onde a separação entre a Igreja e o Estado convive com as marcas profundas da herança cristã presente na cultura, no património e, acima de tudo, nos valores humanistas que determinam o nosso modo de ser e de estar no mundo”.
 
No discurso, Cavaco Silva referiu um “modo de ser e de estar” português que se revê na “procura do diálogo com outros credos e com o mundo da cultura”.
 
“Somos um povo vocacionado para o reconhecimento do valor da diversidade”, disse.
 
É neste contexto social marcado pelas relações “multiseculares” entre Portugal e a Santa Sé, estabelecidas na Concordata de 2004 que, acrescentou o Presidente da República, Portugal “reconhece o papel da Igreja Católica, respeita e apoia o serviço inestimável que presta à sociedade”.
 
“Um serviço que quero, de forma solene, na presença de Vossa Santidade, agradecer”, sublinhoi.
 
Com “profundo regozijo” e “sentida emoção” em nome dos portugueses Cavaco Silva deu  as boas-vindas a Bento XVI no início de uma visita “plena de significado para Portugal”.
 
O texto completo do discurso de boas-vindas do Presidente da República pode ser consultado aqui.
 
O Papa inicia esta Terça feira uma viagem apostólica que se vai prolongar até ao dia 14, com passagens por Lisboa, Fátima e cidade do Porto.

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