Bento XVI, carisma da continuidade

O Bispo do Porto assinalou o primeiro aniversário de pontificado com uma Eucaristia e Te Deum de acção de graças. Na homilia da celebração, D. Armindo Lopes Coelho falou de “continuidade” ao referir-se a Bento XVI. “Com o seu estilo próprio e sobretudo na sua maneira de viver a relação pessoal com Cristo, Bento XVI reconhece o seu ‘carisma’ de continuidade, até pela circunstância de presidir à XX Jornada Mundial da Juventude, em Colónia, de harmonia com a convocação do seu antecessor e obedecendo à problemática enunciada e proposta por João Paulo II”, lembrou. Para D. Armindo Lopes Coelho, o Papa retoma o “desassombro, interpelação e convite que caracterizou a Igreja nas origens”, desafiando os católicos a serem “expressão, sincera mas determinada e clara, humilde mas consciente e pública, do Deus presente em Jesus Cristo”. A reflexão do Bispo do Porto centrou-se na “emblemática Carta Encíclica” Deus Caritas est, na qual o Papa fala no tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus, celebração dos Sacramentos e serviço da caridade. “É nesta base que Bento XVI fundamenta a doutrina, a história e a prática da Igreja sobre o Amor – Caridade, explanando os seguintes temas: Justiça e Caridade, a justa ordem da sociedade, a necessidade da caridade mesmo na sociedade mais justa, a missão dos leigos e a organização da caridade da Igreja”, refere. Respondendo às interrogações sobre o “estilo” de Bento XVI, D. Armindo Lopes Coelho conclui que algumas temáticas “foram expressa ou equivalentemente prioritárias”: o ecumenismo, o diálogo inter-religioso, a preocupação perante o terrorismo, os problemas concretos sobre a vida humana, desde a concepção até à morte, a dignidade e os direitos humanos, os progressos da Ciência perante a doutrina e a tradição da Igreja. O prelado aludiu ainda “à firmeza doutrinal própria de Pedro (rocha e fundamento) no confronto com as Ciências e a abertura à Ciência e ao diálogo, ecuménico ou inter-religioso, próprio da caridade do Pastor universal”. “Podemos seguramente falar de uma ‘abertura universal’ numa ‘identidade católica’ com o ‘testemunho’ límpido e integral da verdade de Cristo e a doçura do amor fraterno”, aponta. “Que Deus o conserve e lhe dê saúde e muitos anos de vida para tornar possível a vitória do bem sobre o mal, a vitória da vida sobre a morte”, concluiu.

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR