Bento XVI apresenta o testemunho de um opositor do nazismo

Um dos primeiros beatos de que falou o Papa Bento XVI foi um sacerdote que desafiou o regime de Hitler. Trata-se de Ruper Mayer (1876-1945), Jesuíta da Baviera, que foi detido num campo de concentração nazi. O Papa Ratzinger apresentou-o como exemplo de vida aos cinco mil peregrinos alemães com os que se encontrou esta segunda-feira numa audiência concedida na Sala Paulo VI do Vaticano. Nascido em Estugarda, no dia 23 de Janeiro de 1876, entrou para a Companhia de Jesus em 1890. Foi capelão de imigrantes e ajudou espiritualmente os soldados na I Guerra Mundial, onde ficou ferido. Por este motivo, foi-lhe amputada a perna esquerda. Reiniciou o seu ministério dedicando-se aos pobres e à direcção da Congregação Mariana de Munique. O padre Mayer foi um dos primeiros que compreenderam a natureza do movimento hitleriano e desde 1923 afirmou que um católico não podia aderir ao nacional-socialismo. Quando em 1933 Hittler chegou ao poder, manteve publicamente as suas ideias, motivo pelo qual foi preso em 1939 e fechado no campo de concentração de Sachsenhausen. Dado que a sua saúde piorou gravemente, os nazis – receando que sua morte no campo de concentração fizesse dele um mártir – internaram-no na abadia de Ettal. Morreu em 1945, em Munique, por causa de um derrame cerebral, enquanto pregava. João Paulo II beatificou-o nessa cidade a 3 de Maio de 1987. O seu túmulo, que se encontra em Munique, é hoje um lugar de peregrinação.

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