Bento XVI manifestou-se em favor de um diálogo aprofundado com os fiéis muçulmanos, em todo o mundo, que promova o respeito pelas minorias religiosas no âmbito jurídico e religioso. “É de esperar que os cristãos que emigram para os países de maioria islâmica encontrem o acolhimento e o respeito da sua identidade religiosa”, apontou. Falando aos participantes da assembleia plenária do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes (CPMI), o Papa destacou a importância da “reciprocidade” no diálogo, o que implica que as maiorias religiosas respeitem as minorias, seja em países católicos, seja em países muçulmanos. A necessidade do diálogo entre religiões, frisou, é testemunhada “pelos esforços que, em tantas comunidades, se vão fazendo para tecer relações de mútuo conhecimento e estima, que são cada vez mais úteis para superar preconceitos”. “Vivemos tempos em que os cristãos são chamados a cultivar um estilo de diálogo aberto sobre o problema religiosa, não renunciando a apresentar aos interlocutores a proposta cristã em coerência com a própria identidade”, acrescentou. A plenária do CPMI debate, no Vaticano, o tema “Migrações e itinerância de e para países de maioria islâmica”. Bento XVI reconhece que “a mobilidade respeitante aos países muçulmanos merece uma reflexão específica, não só pela relevância quantitativa do problema, mas sobretudo porque a identidade islâmica é muito característica, sob o ponto de vista religioso e cultural”. O Papa sublinhou também que a pastoral das migrações é “uma fronteira significativa da nova evangelização, no actual mundo globalizado”.