Bento XVI apela ao diálogo na Bolívia

Bento XVI deixou hoje um apelo ao diálogo na Bolívia, perante o “profundo processo de transformação” que atravessa este país sul-americano. O Papa sugeriu às autoridades do país e aos responsáveis das diversas organizações “prudência e sabedoria” para promover “o diálogo e o acordo”. Recebendo nesta Sexta-feira as cartas credenciais do novo embaixador boliviano junto da Santa Sé, Carlos Frederico de la Riva Guerra, Bento XVI começou por evocar as “profundas raízes cristãs da Bolívia”, bem patentes no caloroso acolhimento reservado a João Paulo II, por ocasião da visita papal, há 20 anos atrás. Desde então – observou o actual Papa – o país tem vivido “um profundo processo de transformação que produz situações difíceis e por vezes preocupantes”. “Não é possível permanecer indiferentes quando cresce a tensão social e se difunde um clima que não favorece o entendimento”, criando pelo contrário obstáculos ao “diálogo construtivo para encontrar soluções de equidade económica e justiça em vista do bem comum, especialmente a favor dos que têm dificuldades para viver de maneira digna”. “As autoridades que regem os destinos do povo, assim como os responsáveis das organizações políticas, sociais e civis, precisam da prudência e sabedoria que nasce do amor pelo homem, para promoverem em toda a população as condições necessárias ao diálogo e ao acordo”, afirmou. Nesse sentido, Bento XVI invoca “a colaboração sincera e altruísta de pessoas e instituições” que possa contribuir para “erradicar os males que afligem o nobre povo boliviano, tantas vezes afectado também por catástrofes naturais, que reclamam de todos medidas eficazes e sentimentos de fraternidade que ajudem e superar as suas graves consequências”. “O renascimento civil e social, político e económico – recorda o Papa – exige sempre uma laboriosidade desinteressada e uma entrega generosa a favor de um povo que reclama ajuda material, moral e espiritual. A obtenção da paz há-de assentar na justiça, na verdade e na liberdade, assim como na cooperação recíproca, no amor e na reconciliação entre todos”. Pela sua parte, “a Igreja, conhecendo bem as necessidades e esperanças do povo boliviano, oferece o anúncio da fé e a sua experiência em humanidade, para o ajudar a crescer espiritualmente e a alcançar a sua plena realização humana”. Fiel à sua missão, disse o Papa, “a Igreja está sempre pronta a colaborar na pacificação e no desenvolvimento humano e espiritual do país”, no respeito das “competências próprias do Estado”. Bento XVI evocou ainda o Documento final da recente Conferência do Episcopado da América Latina, em Aparecida, no qual “os Bispos consideraram urgente colaborar com as instâncias políticas e sociais para criar novas estruturas que consolidem uma ordem social, económica e política, promovam uma autêntica convivência humana, impeçam a prepotência de alguns e facilitem o diálogo fraterno, sincero e construtivo para os necessários consensos sociais”. (Com Rádio Vaticano)

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top