Bento XVI apela a um testemunho público da fé

Papa insiste no tema da verdade e da liberdade ao concluir a primeira etapa da sua visita a Santiago de Compostela

Bento XVI apelou hoje aos católicos de Espanha para que manifestam a sua fé “com alegria, coerência e simplicidade”, também no seu compromisso como “cidadãos”.

O Papa falava no final da primeira etapa da sua visita a Santiago de Compostela, neste dia 6 de Novembro, na saudação que proferiu após ter passado pelo túmulo do Apóstolo Tiago.

Desde Compostela, “coração espiritual da Galiza e, ao mesmo tempo, coração de universalidade sem confins”, Bento XVI pediu “amor” pela Igreja e orações por novas vocações, antes de felicitar os católicos espanhóis pela sua “generosidade”, passagem sublinhada por uma salva de palmas.

Instituições de caridade e promoção humana são, para o Papa, particularmente importantes “na actual crise económica” e também perante “graves calamidade naturais” como as que recentemente afectaram vários países.

Retomando os temas que tinha lançado no seu discurso inaugural, ainda no aeroporto, Bento XVI disse que peregrinar não é apenas visitar um lugar, mas “sair de nós mesmos para ir ao encontro de Deus”.

Em alusão ao gesto simbólico do abraço à imagem do Apóstolo, em Santiago, o Papa defendeu que “a Igreja é esse abraço de Deus no qual os homens aprendem a abraçar os seus irmãos”.

A segunda intervenção papal em solo espanhol falou da “relação estreita e necessária” entre verdade e liberdade, assinalando que “não podem viver uma sem a outra” e que a Igreja “está ao serviço de ambas”.

“A busca honesta da verdade, a aspiração a ela, é a condição para uma autêntica liberdade”, sublinhou.

O Papa recebera as boas-vindas, em galego e espanhol, do Arcebispo local, D. Julián Barrio, que não econdeu a alegria por receber Bento XVI: “Esta casa do senhor Santiago é a sua casa, a do sucessor de Pedro”.

Antes de sair, Bento XVI teve oportunidade para ver funcionar o famoso “Botafumeiro” – um incensário que balança com a ajuda de várias pessoas ao longo de toda a nave central, apenas utilizado em momentos solenes – enquanto se cantava o hino ao Apóstolo Tiago, abandonando a Catedral pela porta da Azabachería e seguindo para o palácio da Arquidiocese, onde vai almoçar com os cardeais espanhóis, os membros do comité executivo da Conferência Episcopal de Espanha e a comitiva papal.

Após o almoço, o Papa vai seguir para a Praça do Obradoiro, em papamóvel, chegando pelas 16h05, e às 16h20 volta a ser recebido pelos príncipes das Astúrias, Felipe e Letizia, que participam na Missa presidida por Bento XVI, às 16h30.

Estatísticas da arquidiocese galega mostram que nos últimos 30 anos o crescimento do número de peregrinos foi significativo, passando de apenas 2500 entre 1985 e 1986 para mais de quase 260 mil entre Janeiro e Outubro de 2010.

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